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Internet

A guerra dos navegadores

Há uma década a Microsoft impera no terreno dos navegadores (browsers, em inglês), os programas usados para navegar na web. Existem centenas de opções para esse tipo de software, é verdade, mas oito em cada dez usuários de microcomputadores com acesso à internet preferem o Internet Explorer, desenvolvido pela companhia de Bill Gates. Até dois anos atrás, a solução da Microsoft era ainda mais hegemônica, com sua adoção beirando os 100% do 1 bilhão de internautas ao redor do mundo. Isso só começou a mudar com a entrada em cena do Firefox, produzido pela também norte-americana Fundação Mozilla. O Explorer foi perdendo espaço, lenta mas gradualmente, até que a gigante de Seattle se viu obrigada a lançar uma versão completamente remodelada de seu browser, no fim de outubro. Exatos seis dias depois, a Mozilla dava o troco e oferecia também uma evolução para o "navegador da raposa" – o ícone do programa é identificado pelo animal.

Internet Explorer 7.0 e Mozilla Firefox 2.0 estão, portanto, à disposição de qualquer usuário que queira baixá-los – com exceção, é claro, daqueles que têm Windows pirata no PC. Os internautas que vivem à margem da lei dos direitos autorais podem até fazer o download do Firefox 2, que é um software livre, mas o caso do Explorer 7 é diferente: ele condiciona sua instalação à versão original do sistema operacional. Nada mais justo e lógico, afinal a Microsoft embarcou em julho do ano passado em uma forte campanha pela legalização de seus produtos – softwares proprietários e, portanto, pagos.

As razões que levaram milhões de usuários a abandonar o Explorer a partir de 2005 são basicamente duas: segurança e praticidade. O Internet Explorer 6, lançado originalmente em 2001, foi arrasado por uma avalanche de hackers cujo principal passatempo era encontrar brechas na segurança do browser. Durante um período, não havia semana que o programa saísse incólume. Logo após a correção de uma falha, vinha outro vírus ou programa malicioso capaz de infectar computadores equipados com o navegador.

Os usuários mais antenados saíram em busca de uma opção que pudesse deixá-los navegar mais sossegados. A procura coincidiu com o andamento de vários projetos que buscavam ressuscitar o Netscape, o browser que dominou a internet entre 1994 e 1997, mas acabou massacrado pelo Explorer. O Firefox sobressaiu-se em 2004 porque oferecia tudo isso aliado à boa compatibilidade com a maioria dos sites (alguns outros browsers travavam em determinados endereços), à gratuidade (era desenvolvido por voluntários a partir de um código aberto) e a uma gama de funções que tornava a navegação muito mais simples e prática. As famosas abas (ou tabs), que permitem abrir várias páginas em uma única janela do programa, o leitor de RSS (Really Simple Syndication), que recebe automaticamente as atualizações de sites pré-selecionados, e o gerenciador de downloads, que possibilita pausar ou continuar baixando os arquivos da web, são apenas três exemplos de ferramentas difundidas pela "raposa".

A Microsoft incorporou a maior parte dessas funções ao Internet Explorer 7; a Fundação Mozilla parece ter dado mais alguns passos adiante com o Firefox 2. Qual dos dois navegadores é o melhor? A última palavra será sempre do usuário final, que pode se adaptar melhor a esse ou àquele browser. Ao que tudo indica, entretanto, Bill Gates e companhia ainda terão de correr atrás do tempo perdido nos cinco anos em que não promoveram grandes atualizações no Explorer.

Uma enquete promovida pelo site do jornal "The New York Times" deu nota 6,2 ao Explorer 7 enquanto o Firefox 2 ficou bastante acima, com 8,0. Os pontos são uma média da resposta dada por usuários domésticos juntamente com técnicos que testaram as novidades. "O Firefox 2 continua dando as cartas, mesmo contra uma versão bem melhorada do Internet Explorer", diz Robert Vamosi, editor sênior da CNET, grupo de mídia dos Estados Unidos especializado em testar produtos da Tecnologia da Informação (TI). "A maior atração do Explorer 7 são as abas de navegação, que fazem parte do Firefox desde sempre", completa.

Fred Peres, relações públicas fanático por web, concorda: "Reconheço que o software da Microsoft melhorou um bocado, mas ainda perde para a concorrência em termos de segurança, navegação e estabilidade", escreve ele em um post deixado no portal Fórum PCs (www.forumpcs.com.br). Confira nesta página o teste comparativo entre os navegadores Internet Explorer 7.0 e o Mozilla Firefox 2.0 feito pela Gazeta do Povo.

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