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Bovespa fecha em alta puxada pela compra da Ipiranga

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CVM investigará vazamento de informações no caso Ipiranga

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) já está investigando o uso de informação privilegiada nas operações com ações da Ipiranga na última sexta-feira, antes do anúncio da venda as empresas do grupo a Petrobras, Braskem e Ultra, em um negócio de US$ 4 bilhões. Leia matéria completa

As ações das empresas do grupo Ipiranga, que chegaram a ter alta superior a 70% nesta segunda-feira, após o anúncio de sua venda a Petrobras, Ultra e Braskem , já vinham apresentando fortes oscilações antes mesmo da última sexta-feira, quando houve suspeitas de vazamento de informações sobre a venda da companhia.

Os papéis ordinários da Refinaria, por exemplo, que subiram 8,31% na sexta-feira, apresentaram alta acumulada de 62,74% nos trinta dias imediatamente anteriores. Os da Companhia Brasileira de Petróleo Ipiranga (CBPI), que haviam subido 9,96% na quinta-feira da semana passada (na sexta não houve negociação) ganharam 15,35% no mesmo período.

Já as ações da Distribuidora Ipiranga se valorizaram 33,3% apenas na última sexta-feira, mas o ganho acumulado no mês foi de 24,50% (considerando-se a cotação de 13 de fevereiro).

O analista da Prosper Gestão, Gustavo Barbeito, atenta para um outro fato curioso: a diferença de preços entre as ações ordinárias e preferenciais das empresas do grupo aumentou significativamente nos últimos trinta dias.

- Quanto há rumores de venda de uma empresa, os acionistas geralmente correm para os papéis ordinários para garantirem o direito de tag along (pagamento de 80% do prêmio pago pelo controle da empresa). Nos vinte dias anteriores à semana passada, cada ação ordinária da Refinaria Ipiranga valia 1,24 vezes um papel preferencial. No início da semana passada, esta relação aumentou para 1,26 vezes, chegando a 1,75 vezes na sexta-feira - observa.

A Comissão de Valores Mobiliários comunicou que irá investigar a forte oscilação dos papéis dias antes do anúncio da operação . A suspeita é de vazamento de informações para o mercado.

Em Brasília, a Câmara de Deputados também promete investigar o caso

- Já houve vários rumores de venda da Ipiranga, em momentos diferentes, e nestas fases muita gente compra o papel porque vê a ação subir. Mas são movimentos curtos. O mercado inteiro especular sobre a venda da empresa é algo estranho - desconfia Marcelo Penteado, gestor da America Invest.

Nesta terça-feira, estes papéis reduzem seu ritmo de ganhos na Bovespa: os ordinários da Distribuidora Ipiranga sobem 1,55%, a R$ 102, depois de valorização de 67,4% no dia anterior. As da Companhia Brasileira de Petróleo Ipiranga (CBPI), que subiram 69,8%, recuam 0,38%, a R$ 52,10; as da refinaria, que se valorizaram 20,4%, sobem 0,45%, a R$ 96,94.

Ao conversar com a imprensa nesta segunda-feira, um dos acionistas controladores do grupo Ipiranga, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, disse que o negócio era irrecusável.

A operação de venda também despertou a revolta dos acionistas minoritários donos de ações preferenciais das empresas do grupo Ipiranga. As ações das empresas do grupo Ipiranga serão retiradas do mercado e, em troca, serão dadas aos preferencialistas papéis do grupo Ultra. Eles, no entanto, reclamam dos valores atribuídos aos seus ativos na relação de troca.

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