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A União Europeia (UE) acertou nesta sexta-feira (19), na reunião de cúpula em Bruxelas, que não haverá recapitalização bancária retroativa na zona do euro. A notícia é um golpe financeiro duro para a Espanha, que esperava recuperar seus bancos com dinheiro europeu.

O presidente francês, François Hollande, defendia a acelaração da supervisão bancária unificada, que favorecia a Espanha. Mas os alemães, representados pela chanceler Angela Merkel, desejavam que ela fosse atrasada, para revisar os detalhes do acordo. Na prática, a medida atrasa também a recapitalização dos bancos, o que aumenta a possibilidade da Espanha pedir novo resgate financeiro.

O governo do premiê espanhol, Mariano Rajoy, contava com a recapitalização até 2013, mas ela não deve acontecer antes de 2014. Os 40 bilhões de euros (R$105,7 bilhões) que custarão para recapitalizar os bancos aumentarão a dívida pública espanhola.

Após o anúncio, Rajoy disse que ainda não vai pedir um segundo resgate para a Espanha. "Como chefe do governo, sou eu quem tomarei essa decisão. Se tiver que tomar, tomarei. Quando decidir, avisarei a vocês", disse ele, que descartou a existência de pressões de outros países e ainda valorizou a criação do sistema de supervisão bancária.

Resoluções

O acordo da UE prevê que a supervisão bancária unificada seja instalada até o final desse ano, com o papel de supervisor exercido pelo Banco Central Europeu. Só então poderá ser feita a recapitalização.

O anúncio foi feito pela chanceler alemã, Angela Merkel, que também falou sobre a situação espanhola. "Não haverá recapitalização direta retroativa. Se a recapitalização for possível, só será possível para o futuro, portanto eu acredito que quando o supervisor bancário estiver definido nós não teremos mais problemas com os bancos espanhóis, pelo menos eu espero que não", disse ela.

A decisão reverte os resultados da reunião da cúpula em junho, quando a previsão para a recapitalização condizia com as expectativas de Rajoy. Hollande cobrava que a Alemanha acelerasse o processo, como acordado anteriormente, para aliviar a situação de países mais afundados na crise, como a Espanha.

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