
Mesmo com a assinatura oficial prestes a acontecer, o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, concluído há um ano, não terá efeitos imediatos. A burocracia para aprovação em todos os países e a resistência de setores europeus podem adiar por anos os benefícios do livre comércio.
Qual é o status atual do acordo?
As negociações técnicas terminaram, mas o caminho é longo. Para valer, o texto precisa ser aprovado pelo Conselho Europeu, pelo Parlamento Europeu e, depois, ratificado um a um pelos parlamentos dos 27 países da UE e das nações do Mercosul. Só após todo esse processo, que pode levar anos, as regras do livre comércio, como a redução de tarifas, entrarão plenamente em vigor.
Por que alguns países europeus resistem ao acordo?
A principal resistência vem de nações com forte setor agrícola, como França e Polônia. Seus agricultores temem a concorrência dos produtos do Mercosul, especialmente do agronegócio brasileiro, que é altamente competitivo. Eles pressionam seus governos para proteger a produção local, que muitas vezes depende de subsídios, criando um grande obstáculo político para a aprovação final.
O que são as "salvaguardas" e como afetam o Brasil?
As "salvaguardas" são um mecanismo de proteção, como um freio de emergência. A medida permite que a União Europeia suspenda temporariamente os benefícios do acordo e volte a cobrar impostos se avaliar que o aumento das importações do Mercosul está prejudicando seus produtores. Para o Brasil, isso gera insegurança jurídica para grandes exportações, como carne, aves e etanol.
Além da agricultura, quais setores podem ganhar com o acordo?
Apesar das barreiras ao agronegócio, outros setores podem se beneficiar. Há um grande potencial para investimentos e exportações em áreas de recursos estratégicos, como as chamadas "terras raras" (minerais essenciais para produtos de alta tecnologia) e energia. A indústria aeroespacial brasileira também é vista como uma das que teriam muito a ganhar com um acesso facilitado ao mercado europeu.
Qual a real dimensão deste acordo?
Se concretizado, será um dos maiores acordos comerciais do mundo, unindo um mercado de cerca de 700 milhões de pessoas e um Produto Interno Bruto (PIB) combinado de US$ 22 trilhões. Para o Mercosul, é uma chance de diversificar seus parceiros comerciais. Para a União Europeia, representa o acesso a matérias-primas estratégicas e a abertura de novos mercados para seus produtos industrializados.
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