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O presidente da Varig, Marcelo Bottini, afirmou nesta terça-feira, pouco após o adiamento da assembléia de credores da companhia, que o atraso na decisão dos credores quanto à escolha de uma proposta para capitalização da Varig não compromete a parte operacional da companhia.

- Não vai acontecer nada com a Varig nesta semana de negociação. Por outro lado, (o adiamento) traz mais alguns dias para que as negociações destas propostas que estão na mesa sejam discutidas. Este tempo que foi estabelecido nesta assembléia não prejudica a parte operacional - disse.

Ao ser perguntado se a proposta do governo - que prevê a criação da Varig Nacional e Internacional - precisa ser aprimorada, Bottini disse que conhece alguns detalhes da proposta e que a empresa tem trabalhado com a consultoria Alvarez & Marsal, encarregada da reestruturação da Varig, sobre o assunto.

- Temos a proposta firme da VarigLog e temos mais algumas para elaborar melhor qual a melhor opção. É preciso ver como se vende o ativo (Varig Nacional) e conversar com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) sobre a Varig doméstica e a Varig internacional. Seis dias (prazo até a próxima assembléia) ajudam muito na negociação - comentou.

Na opinião do presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), Celso Klafke, as propostas do governo, do porta-voz Jaime Toscano - que representaria investidores internacionais - e do Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) "apareceram de última hora e alguns credores, combinados com a Alvarez e Marsal", decidiram pelo adiamento da assembléia para que houvesse mais tempo para avaliar o conteúdo destas propostas.

Segundo fontes do setor, presentes à assembléia, o interventor do fundo Aerus, Enio Brentano, teria recebido pessoalmente a solicitação da consultoria responsável pela recuperação judicial da Varig, para não participar da assembléia.

A assembléia de credores, marcada para esta terça-feira, foi adiada para o dia 8 de maio, na sede da Fundação Ruben Berta (FRB), na Ilha do Governador, no Rio. Nesta segunda convocação, não haverá a necessidade de quórum mínimo para a análise das propostas de investidores.

Quatro modelos de capitalização da Varig estarão à mesa da assembléia. Entre elas está a chamada proposta do governo e da consultoria Alvarez e Marçal, que prevê a cisão da companhia em duas, com a criação da Varig Nacional, por meio de uma Sociedade de Propósito Especifico (SPE) - parcela que posteriormente iria a leilão - e da Varig Internacional, que permaneceria com o passivo e dentro da recuperação judicial. Há ainda a proposta da VarigLog, ex-subsidiária de logística, que oferece US$ 450 milhões pela companhia, mas em contrapartida determina um impactante corte de pessoal e redução da frota.

Outra proposta é a representada pelo consultor Jaime Toscano, que diz representar investidores estrangeiros interessados em injetar US$ 1,9 bilhões na Varig. Também está na mesa para a análise dos credores a proposta do Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), que criaria uma Varig operacional e que utilizaria recursos dos fundos de pensão dos trabalhadores no Aerus e da redução dos salários dos funcionários para investimento na companhia.

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