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Emprego

Agências do Trabalhador têm oferta recorde de vagas no PR

Otimistas com retomada econômica, empresas do estado ofereceram 18 mil postos de trabalho nos primeiros 15 dias do ano, 50% a mais que no início de 2009

A estudante Francieli, de São José dos Pinhais, conseguiu marcar uma entrevista de emprego para hoje | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
A estudante Francieli, de São José dos Pinhais, conseguiu marcar uma entrevista de emprego para hoje (Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo)
O fechamento de vagas em dezembro ficou acima do esperado. Confira |

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O fechamento de vagas em dezembro ficou acima do esperado. Confira

Na última sexta-feira, as 252 unidades da Agência do Trabalhador no Paraná chegaram a oferecer, simultaneamente, 15,4 mil vagas de emprego em todo o estado – o maior número registrado desde que esse tipo de informação começou a ser apurado, há 32 anos. O total muda a cada instante, conforme a retirada ou inclusão de vagas no sistema, mas no fim da tarde de ontem as ofertas de trabalho ainda passavam de 15 mil."No ano passado, era muito difícil chegar a 10 mil", conta Angela Carstens, coordenadora de intermediação de mão de obra da Secretaria de Estado do Trabalho (SETP). No acumulado dos 15 primeiros dias de 2010, outro recorde: empresas do Paraná ofereceram 18 mil vagas por meio da Agência, 50% a mais que as 12 mil registradas no mesmo período de 2009, diz Angela.Para ela, esse movimento reflete, em parte, a reabertura de postos fechados durante os piores momentos da crise econômica – crise que, no ano passado, derrubou a geração de empregos formais para o pior nível desde 2003. Mas a principal motivação para a oferta recorde, diz Angela, está no otimismo dos empresários em relação à economia. "A demanda, principalmente da indústria, aumentou muito. Outro setor que tem forte procura por trabalhadores é a construção civil, que ainda sofre os efeitos de ter ficado tanto tempo estagnada e tem dificuldade para encontrar pessoal qualificado."

Movimentos

Dados consolidados sobre contratações saem apenas no fim do mês, mas o movimento nas agências do estado indica que gente procurando emprego também não falta. Há até quem apele para que os candidatos compareçam ao longo da semana, e não apenas às segundas ou terças-feiras, quando as agências costumam estar lotadas."Em janeiro do ano passado, tínhamos 13 funcionários no atendimento ao público. Neste ano, são 30. Convocamos até funcionários em férias, e mesmo assim a espera por atendimento chega a duas horas e meia, no começo da semana", explica o secretário em exercício de Indústria e Comércio de São José dos Pinhais (região metropolitana de Curitiba), Adilson Stuzata.

A estudante Francieli de Jesus da Silva aproveitou a quarta-feira, dia mais tranquilo, para procurar trabalho – e conseguiu marcar entrevista para hoje. "É uma vaga para caixa de supermercado, em São José. Espero que seja vaga para trabalho à noite, pois neste ano eu começo faculdade, e as aulas são pela manhã", diz Francieli, que vai cursar Design de Moda na Pontifícia Universidade Católica (PUCPR).

Em São José, cerca de 10 mil pessoas procuraram trabalho desde o começo do ano, 30% a mais que no início de 2009, ao passo que a oferta aumentou 10%, para pouco menos de 2 mil vagas. Em Ponta Grossa (Campos Gerais), o número de vagas subiu 27%, para 1.080 até ontem, segundo o diretor da agência local, Antônio Laroca Neto. Na agência de Curitiba, há 5,8 mil postos em aberto, 32% a mais que a média diária observada um ano atrás, conta o gerente da unidade, Rafael Aurélio dos Santos. "E ainda há trabalho temporário relativo à Páscoa. Na terça-feira, uma única empresa abriu 480 vagas para promotora de vendas em supermercados."

Outras cidades têm aumento ainda mais expressivo. Em Maringá (Norte do estado), a oferta mais que dobrou. Foram quase 900 vagas até ontem, diz Maurílio Mangolin, diretor da Agência do Trabalhador da cidade. "A maior oferta é da construção civil. Mas quem está contratando mais é a indústria de alimentos, que tem grande rotatividade de trabalhadores e geralmente não exige qualificação na área", explica o diretor.

O mercado de trabalho de Araucária, na Grande Curitiba, segue no embalo da ampliação da Repar, a refinaria da Petrobras. Até o fim de fevereiro, a expectativa é que os consórcios envolvidos na obra abram pelo menos 1,2 mil vagas – no momento, há mais de 8 mil pessoas no canteiro. "Não é raro ver gente escolhendo trabalho, aguardando ofertas de salário melhor", conta o secretário municipal do Trabalho, Nilton Campos.

Colaborou Carla Bueno Comarella

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