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ENERGIA

Águas de março não dispensam termelétricas

Os reservatórios de hidrelétricas estão mais cheios que há um mês. Mesmo assim, as usinas térmicas vão continuar ligadas

No Sul, os lagos subiram de 42% para quase 60% de sua capacidade desde o fim de fevereiro | Antônio More/ Gazeta do Povo
No Sul, os lagos subiram de 42% para quase 60% de sua capacidade desde o fim de fevereiro (Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo)

As chuvas das últimas semanas melhoraram a situação dos reservatórios de hidrelétricas em todas as regiões brasileiras. Mas não foram suficientes para livrar o país da dependência de usinas térmicas, que devem continuar ligadas por muitos meses, provavelmente até o fim do ano.

Desde o fim de fevereiro, o nível dos lagos da Região Sul passou de 42,2% para 59,6% de sua capacidade máxima, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). No Nordeste, os reservatórios subiram de 41,8% para 42,5%. No Norte, de 75,5% para 93%. E, no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o mais importante do país, o avanço foi de 45,3% para 52,4%.

Com mais água armazenada nas barragens, a geração de energia termelétrica pôde ser ligeiramente reduzida. No mês passado, as usinas térmicas – movidas a combustíveis fósseis como gás natural, carvão, diesel e óleo combustível – chegaram a garantir 20% do fornecimento de energia. Nos últimos dias, esse índice oscilou entre 17% e 18%.

Ainda assim, o uso de termelétricas continua muito elevado: um ano atrás, quando não havia maiores temores em relação ao suprimento de energia, essa fonte respondia por mais ou menos 7% do abastecimento.

Período úmido

As usinas emergenciais – entre elas, a paranaense UEG Araucária – continuam ligadas e funcionando quase em plena capacidade porque, apesar da melhora recente, os níveis dos reservatórios ainda não asseguram o suprimento futuro de energia. E o chamado "período úmido", que vai de outubro a março, está chegando ao fim. A tendência, portanto, é de chuvas mais moderadas nos próximos meses.

No subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que concentra 70% da capacidade de armazenamento do país, as águas estão nas marcas mais baixas para esta época do ano desde 2001, o ano do racionamento. Na última década, os lagos desse subsistema chegaram ao fim do período úmido ocupando pelo menos 75% de sua capacidade máxima. Desta vez, estão abaixo de 55%.

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