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O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) classificou a decisão do governo de Donald Trump de taxar em 25% o aço brasileiro de “equivocada”, mas defendeu o diálogo antes de recorrer à reciprocidade como já fizeram a União Europeia e o Canadá.
Alckmin é também ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e está conduzindo as negociações com o governo dos Estados Unidos para encontrar uma solução à taxação.
“Entendemos que o caminho não é olho por olho. Se fizer olho por olho vai ficar todo mundo cego. O caminho é ganha-ganha. Reciprocidade e buscar o diálogo”, disse nesta quinta (13) a jornalistas.
Apesar de classificar a decisão como “equivocada”, Alckmin minimizou os efeitos e afirmou que a taxação não é apenas ao aço brasileiro, mas a todos os fornecedores do produto aos Estados Unidos. No entanto, frisou que a balança comercial é favorável aos norte-americanos.
“Não foi contra o Brasil, foi uma medida geral, para todos, não foi específica. Nós entendemos equivocada, porque o Brasil não é problema na questão comercial dos Estados Unidos, que têm superávit comercial com o Brasil. [...] 73% do que eles exportam é zero a alíquota. Quando a gente pega a tarifa média final, ela é de 2,7%”, disse pontuando que, dos dez produtos que o país mais exporta ao Brasil, em oito a alíquota é zero.
Apesar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já ter defendido a reciprocidade à taxação, o governo tem adotado cautela antes de aplicar qualquer sanção. Na última quarta (12), o ministro Fernando Haddad (Fazenda) recebeu sugestões e soluções da indústria do aço.
Para esta sexta (14) está marcada uma reunião com representantes do MDIC com emissários do Representante de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer. Há a expectativa de que algumas alternativas sejam apresentadas para reduzir a taxação.
Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontou que o Brasil terá perdas de US$ 1,5 bilhão com a taxação. A indústria brasileira pode ter, ainda, uma queda de 2,19% na produção, 11,27% das exportações do metal e de 1,09% das importações. Isso, diz o Ipea, representará uma queda de quase 700 mil toneladas apenas neste ano.








