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Investidor assiste à votação no Parlamento alemão: reação dos mercados europeus foi positiva | Ralph Orlowski/Reuters
Investidor assiste à votação no Parlamento alemão: reação dos mercados europeus foi positiva| Foto: Ralph Orlowski/Reuters

Numa vitória para a chanceler (premiê) Angela Merkel, o Bundestag – câmara baixa do Parlamento alemão – aprovou ontem, por ampla maioria, a expansão do mecanismo de resgate europeu. Pelo plano, o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (EFSF, na sigla em inglês) passa a acumular 440 bilhões de euros (R$ 1 trilhão). A participação da Alemanha, maior economia europeia, sobe de 123 bilhões de euros para 211 bilhões de euros em garantias.

Além disso, o mecanismo ganha novos poderes: poderá dar "empréstimos preventivos" para evitar que problemas em países do bloco se tornem crises maiores, comprar fundos soberanos no mercado aberto e ajudar a recapitalizar bancos europeus. Os parlamentares deram sinal verde ainda para o segundo pacote de resgate à Grécia, de 109 bilhões de euros, aprovado em cúpula realizada em julho.

O Bundestag aprovou as medidas por 523 votos a favor, 85 votos contra e 3 abstenções. Foi uma votação tensa, após mais de três horas de debate. Pairava a ameaça de que uma rebelião da coalizão governista colocasse em risco a chamada "maioria do chanceler", com potencial para desestabilizar o governo. Não foi o que aconteceu. Merkel precisava que 311 membros da coalizão votassem a favor – teve voto de 315.

Antes da votação, o ministro das Finanças, Wolfgang Schäu­ble, fez um apelo aos parlamentares. Disse que a Europa está "numa situação extremamente difícil" e que a Alemanha precisa manter sua posição como "âncora da estabilidade na Europa". O plano precisa ser ratificado por mais quatro países dos 17 da zona do euro – a Áustria vota hoje.

Reformas

Mas nem bem o EFSF vai sendo aprovado e autoridades europeias já discutem nos bastidores uma reforma do mecanismo. Elas avaliam que seu escopo não é suficiente para conter um contágio e apoiar instituições bancárias em caso de um calote grego – ou mesmo sem ele. "Há razão para otimismo no curto prazo. O Bundestag mostrou unanimidade, um aspecto importante", diz Ansgar Belke, diretor de pesquisa do Instituto Alemão de Pesquisa Econômica. "Mas mesmo esse EFSF aumentado não é robusto o suficiente para lidar com países como a Itália, que vai precisar de liquidez no futuro", lembra.

Belke acredita ainda que o alívio no mercado financeiro será apenas temporário e que os governos europeus estão só "ganhando tempo". Na semana passada, rumores deram conta de que um pacote de 2,2 trilhões de euros, incluindo uma megaexpansão do EFSF, estava sendo negociado. Ontem, o ministro Schäuble chamou essas especulações de "indecentes". Berlim sinalizou ainda que pode ser renegociado o segundo pacote grego, aprovado ontem pelo Bundestag.

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