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Viagem

Alta do IOF favorece os cartões pré-pagos

Modalidade também paga imposto, mas de 0,38%, bem menor do que os cartões de crédito, que agora são taxados em 6,38% nas compras no exterior

A agente de viagens Jussara Dal Negro adquiriu um cartão de viagens pré-pago: “poupança-viagem”, segundo ela | Marcelo Elias/Gazeta do Povo
A agente de viagens Jussara Dal Negro adquiriu um cartão de viagens pré-pago: “poupança-viagem”, segundo ela (Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo)

No fim do mês passado, o Banco Central anunciou o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para compras com cartão de crédito no exterior. A alíquota passou de 2,38% para 6,38%. A medida foi uma forma de limitar os gastos dos brasileiros lá fora. Segundo dados do BC, as despesas dos turistas brasileiros no exterior aumentaram 51% de 2009 para 2010, pulando de US$ 10,898 bilhões para US$ 16,422 bilhões. Com a alta do IOF, o governo também espera compensar a perda de arrecadação com a correção da tabela do Imposto de Renda, que foi de 4,5%.

Com isso, quem viaja começa a buscar novas formas de pagamento (compare nesta página), mas sem deixar o cartão de crédito de lado. "A pessoa que vai viajar já está desembolsando uma boa grana pelas passagens, então parcelar uma compra ou outra no cartão continua sendo uma vantagem, mesmo com o aumento do IOF. E tem outra: se o dólar continuar baixando e chegar a US$ 1,55, o aumento do imposto começa a ficar menos significativo", avalia o consultor de investimentos e escritor Raphael Cordeiro. Ele acredita que a alteração na alíquota seja um estímulo ao aumento da procura pelos cartões pré-pagos, ainda mais com dois novos produtos no mercado.

Produtos

Desde 1996 reinando absoluto no mercado de cartões de débito pré-pagos, o Visa Travel Money, da Visa, ganhou dois grandes concorrentes recentemente: o Amex Global Travel, da Ameri­can Express, e o Mastercard Cash Passport, da Mastercard – que comprou a Travelex, o maior distribuidor global de cartões pré-pagos em moeda estrangeira.

Segundo a Mastercard do Brasil, o segmento de pré-pagos está em plena expansão na América Latina, sobretudo no Brasil, representando US$ 12 bilhões em oportunidades e podendo chegar a US$ 81 bilhões em 2017. "O aumento do IOF para os cartões de crédito foi uma grande, e boa, coincidência para o produto", afirma o vice-presidente de produtos da empresa, Maurício Alves.

A American Express não abre muito suas expectativas em relação ao mercado pré-pago, mas fala em um potencial de US$ 1 bilhão com o consumo do produto. "E com a inclusão de alguns benefícios, como o American Express Select, que é o grupo de descontos da bandeira", diz a vice-presidente das Américas para produtos pré-pagos da American Express, Rose Del Col.

Vantagens

Entre as principais qualidades dos cartões pré-pagos para quem viajar está ainda a possibilidade de carregá-lo à distância. "Se você tem um filho estudando no exterior poderá carregar o cartão sempre que precisar daqui, e este processo demora no máximo 24 horas", explica o diretor da AVS Turismo e Câmbio, Samir Amied Ibrahim.

A agente de viagens Jussara Dal Negro, 29 anos, que adquiriu um pré-pago na sexta-feira, vai usá-lo como "poupança-viagem". "Ainda não decidi se quero Estados Unidos ou Argentina, pela dificuldade do visto, mas posso ir guardando." Ela pretende viajar no fim do ano que vem, mas desde já pode ir trocando suas economias nos dias de baixa cotação do dólar.

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