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Lula não garante adesão ao Banco do Sul

O presidente Luiz Inacio Lula da Silva não garantiu a adesão do Brasil ao Banco do Sul, afirmando que é preciso esclarecer seu objetivo, de acordo com declarações feitas no encerramento da 1ª Cúpula Energética Sul-Americana, nesta terça-feira (17), na Venezuela.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva considerou positiva a Cúpula Energética Sul-Americana, realizada em Porlamar, na Venezuela, da qual participaram os 12 presidentes da América do Sul. Segundo Lula, na reunião plenária, encerrada na tarde desta terça-feira, ficou decidida a criação da União das Nações da América do Sul, que substituirá a Comunidade Sul-Americana de Nações, com o objetivo de resolver os problemas energéticos da região.

Segundo Lula, que já deixou Porlamar, a primeira medida da União das Nações da América do Sul foi criar uma secretaria-executiva permanente. Essa secretaria, de acordo com informações do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, deverá ser comandada pelo brasileiro Marco Aurélio Garcia, assessor especial do presidente Lula. Garcia ainda não comentou o assunto, pois deixou Porlamar em companhia de Lula.

De acordo com o presidente Lula, o texto da resolução final da cúpula energética, que deverá ser divulgado ainda esta tarde para os jornalistas presentes á cúpula, vai abordar a importância dos combustíveis renováveis. O documento, no entanto, não vai abordar nenhum ponto polêmico ou de atrito entre os países da região sobre a importância dos biocombustíveis.

- O Brasil quer que todos os países do mundo cumpram o Protocolo de Kioto, que prevê a mistura de combustíveis não-poluentes à gasolina para ajudar na despoluição do planeta - disse Lula, pouco antes de embarcar de volta ao Brasil.

O presidente desmentiu que o Brasil tenha se declarado favorável à criação da chamada "Opep do gás", uma proposta feita por Hugo Chávez durante o período em que o presidente George W. Bush esteve na América do Sul. Esta proposta surgiu na reunião paralela de Chavez, Kirchner e Evo Morales, em encontro que realizaram na Argentina, no mesmo momento em que Bush estava no Brasil.

- Essa questão (Opep do gás) não foi discutida aqui na Venezuela. Mas, se algum presidente quer sair pelos corredores e dizer que se discutiu isso aqui e que o Brasil seria favorável, tudo bem. Cada um é soberano para dizer o que quiser - disse Lula.

Na verdade, quem disse que o Brasil teria aceito participar da "Opep do gás" foi o ministro da Energia da Bolívia, Carlos Villegas, e não o presidente da Bolívia, Evo Morales, como imaginou Lula.

Já o ministro de Minas e Energia brasileiro, Silas Rondeau, teria dito a interlocutores que o Brasil quer discutir a chamada "Opep do gás" para saber se participa ou não da entidade. Ele ressalvou, contudo, que o Brasil será contra um "cartel do gás".

- Mas, se for para regular preços do gás na região, o Brasil aceita e deseja participar - teria dito Rondeau a interlocutores na cúpula energética, que termina nesta terça-feira, em Porlamar.

O presidente Lula negou também, na entrevista que concedeu antes de embarcar, em Porlamar, que a criação do Banco do Sul, com recursos dos países sul-americanos para financiar o desenvolvimento da região, tenha sido discutida durante a cúpula na Venezuela.

- O Brasil ainda não decidiu se vai entrar ou não no Banco do Sul, mas isso nem foi discutido na reunião aqui - garantiu o presidente Lula.

Pela manhã, o presidente Hugo Chavez propôs a criação de um tratado energético sul-americano que estabeleça uma espécie de reserva de mercado para empresas da região explorarem a Foz do Orinoco, na Venezuela, que dispõe de uma reserva de petróleo de 10,5 bilhões de barris. Segundo Chávez, essa reserva seria explorada apenas por empresas da América do Sul e o petróleo seria distribuído para o continente em oleodutos e refinarias que seriam montadas nos vários países da região. Em cada unidade petroquimica construída para refinar esse petróleo do Orinoco, seria construída uma planta de etanol para que se misturasse 10% de álcool à gasolina.

A proposta foi feita por Chávez pela manhâ, mas não se sabe se os demais países da Cupula Energética Sul-americana encamparão a proposta do presidente Venezuelano. Chávez anunciou ainda em seu pronunciamento que etá disposto a importar do Brasil 200 mil barris diários de etanol para misturar ao combustível venezuelano e que está disposto a negociar isso com os Estados Unidos.

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