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As fusões e aquisições devem bater recorde este ano, mesmo com as eleições, prevê a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima). "O mercado está aquecido, com muitas transações sendo negociadas neste momento. Vamos ver maior participação de estrangeiros nos negócios, especialmente de asiáticos", disse o coordenador do subcomitê de fusões e aquisições da Anbima, Bruno Amaral. A expectativa é de que o volume de negócios supere o de 2007, quando esse mercado movimentou R$ 136,5 bilhões.

Para Amaral, o interesse maior dos estrangeiros pode ser visto no movimento recente no setor de telefonia, com a Telefônica comprando a Vivo e a Portugal Telecom entrando na Oi. No primeiro semestre, o setor respondeu por apenas 2,3% das operações anunciadas, que somaram R$ 84,8 bilhões. No setor de transporte e logística, ele destaca a fusão entre a TAM e a LAN, anunciada na semana passada.

O destaque entre os estrangeiros comprando ativos no Brasil deve ser a Ásia, principalmente a China, avalia Amaral. No primeiro semestre, os asiáticos responderam por 35,8% dos negócios, seguidos por Europa, com 63,6%, e Estados Unidos, com apenas 0 6%, ainda sob o efeito da crise de 2008. Um negócio que mostrou o apetite dos chineses pelo Brasil foi a venda dos ativos da Plena Transmissora para a State Grid of China, uma das dez maiores operações anunciadas no período.

Sobre as eleições, Amaral, que também é executivo do BTG Pactual destaca que os candidatos que lideram as pesquisas têm princípios semelhantes para a condução da economia brasileira. "Uma eleição normalmente atrapalha o mercado de fusões, que tem apostas de longo prazo. Nessa eleição específica não vejo isso", disse.

O volume anunciado de fusões e aquisições no Brasil somou R$ 84 8 bilhões no primeiro semestre deste ano, o que representa uma alta de 43% em relação ao mesmo período do ano passado. Este foi o maior volume para o período desde 2006, segundo os dados divulgados hoje pela Anbima. Ao todo, foram anunciadas 59 operações no período.

A maior operação do período foi a joint venture (associação) entre a Shell e a Cosan, que movimentou R$ 11,6 bilhões. Em segundo lugar aparece a venda dos ativos de alumínio da Vale para a Norsk Hydro, por R$ 8,5 bilhões. As operações efetivamente concluídas no primeiro semestre somaram R$ 37,2 bilhões em 31 negócios. Segundo a Anbima, houve queda de 52% nesse volume. Nos seis primeiros meses de 2009, o total de fusões concluídas ficou em R$ 77,7 bilhões.

O banco de investimento JP Morgan é o líder do ranking de fusões e aquisições divulgado hoje pela Anbima. O banco foi responsável por coordenar operações de R$ 25,4 bilhões. Nas operações anunciadas, os bancos estrangeiros dominam as primeiras posições. Após o JP, aparecem o alemão Deutsche e o Credit Suisse. O brasileiro melhor colocado é o BTG Pactual, na quarta posição, seguido pelo Morgan Stanley.

No ranking de operações efetivamente complementadas no primeiro semestre, o líder foi o Deutsche Bank, com R$ 10,9 bilhões. O destaque foi a Estater, butique financeira brasileira, na segunda posição, com R$ 7,4 bilhões. A empresa cuidou da assessoria da aquisição do Ponto Frio pelo Pão de Açúcar e também da associação do grupo de Abílio Diniz com a Casas Bahia.

A Anbima também divulgou o ranking de fusões por número de operações. Os líderes são o Itaú BBA e o JP Morgan, ambos com nove operações. O Bradesco Banco de Investimento (BBI) aparece em seguida, com sete negócios.

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