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Negócios

André Esteves passa controle do BTG Pactual para outros sócios

Sete sócios organizaram saída do executivo em um processo de permuta de ações

Preso, André Esteves se tornou um problema para o BTG Pactual; | Fernando Frazão/Agência Brasil
Preso, André Esteves se tornou um problema para o BTG Pactual; (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

O BTG Pactual informou nesta quarta-feira (2) que o banqueiro André Esteves, preso desde a semana passada, deixou o controle da instituição financeira em uma operação de permuta de ações com os outros sete principais sócios do banco de investimentos.

INFOGRÁFICO: Valor de mercado do banco BTG Pactual cai 35% em uma semana

Com a mudança, os sócios Marcelo Kalim, Roberto Sallouti, Persio Arida, Antonio Carlos Porto Filho, James Marcos de Oliveira, Renato Monteiro dos Santos e Guilherme da Costa Paes passarão a exercer o controle do BTG Pactual por meio de uma holding a ser criada por eles, segundo fato relevante.

A mudança no controle depende de aprovação pelo Banco Central. Até a noite de terça-feira, o BTG Pactual afirmava que ainda não havia qualquer definição sobre a participação societária de Esteves no grupo.

Mais cedo nesta quarta, o BTG Pactual anunciou a venda de participação na rede hospitalar Rede D’Or São Luiz para o fundo soberano de Cingapura, que já era sócio da companhia, por 2,38 bilhões de reais. A venda deve ajudar o BTG Pactual a repor parte do dinheiro que deixou a instituição desde a prisão de Esteves na quarta-feira passada, acusado de interferir na operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga esquema bilionário de corrupção na Petrobras.

Na segunda-feira, duas fontes com conhecimento do assunto disseram à Reuters que o BTG Pactual negocia a cessão de cerca de R$ 4 bilhões em carteiras de empréstimos aos rivais Itaú Unibanco e Bradesco, também para reforçar suas finanças.

A BM&FBovespa informou que suspendeu as negociações com as units (conjunto de ações) do banco BTG Pactual até as 14h (de Brasília), enquanto aguarda esclarecimentos sobre a alteração.

História

A saída de Esteves é um golpe duro que o próprio executivo já havia feito no passado. Ele chegou à direção do Pactual, banco que foi o embrião do BTG e que foi vendido ao UBS, depois do afastamento do fundador da instituição, Luiz Cezar Fernandes. Esteves era conhecido como “pupilo” de Fernandes, mas arquitetou a saída do mentor quando este tinha problemas financeiros.

Esteves comprou gradativamente ações do banco a ponto de ter poder para, com outros sócios, organizar a saída de Fernandes. Eles compraram as ações do fundador do Pactual em troca de empréstimos para que ele quitasse suas dívidas, em 1998.

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