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Setor elétrico

Aneel propõe divisão de energia barata entre distribuidoras

Essa energia mais barata vem das usinas que não renovaram seus contratos de concessão, como Cesp, Cemig e Copel, e que terão de devolver suas usinas a partir do ano que vem

 | Daniel Castellano / Agência de Notícias Gazeta do Povo
(Foto: Daniel Castellano / Agência de Notícias Gazeta do Povo)

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) divulgou nesta quarta-feira (5) sua proposta para dividir energia elétrica mais barata entre todas as distribuidoras do país no ano que vem. A maior beneficiada será a Eletropaulo.

Essa energia mais barata vem das usinas que não renovaram seus contratos de concessão, como Cesp, Cemig e Copel, e que terão de devolver suas usinas a partir do ano que vem.

A energia gerada por elas, chamada de "energia velha", custa mais barato que a das demais usinas, porque o investimento para a construção dessas geradoras já foi amortizado ao longo do tempo.

Assim, o novo concessionário será remunerado apenas pela operação e manutenção das máquinas, o que faz o preço cair, em média, de R$ 120 para R$ 30.

A Aneel considera que cerca de 4.500 megawatts médios de energia velha estarão disponíveis para uso das distribuidoras no ano que vem.

A distribuição entre as empresas seguiu dois critérios: a quantidade de energia que a empresa precisa contratar para o ano que vem e a quantidade de clientes que ela possui em sua rede.

Todos os valores ficarão em audiência pública entre os dias 6 e 17 de novembro.

Segundo o diretor da agência e relator do processo, Tiago Correia, o objetivo final é de que todas as distribuidoras do país entrem no ano de 2021 recebendo a mesma proporção de energia barata. Atualmente, esses números ainda são desnivelados.

Leilão

A distribuição, feita pela Aneel, precisa ser aprovada rapidamente, uma vez que, a partir desses resultados, as distribuidoras de energia poderão saber quanto ainda precisarão contratar no próximo leilão, marcado para 5 de dezembro, para atender a demanda de seus clientes.

Pelos cálculos da agência, após a entrada dessa "energia velha", no total, as distribuidoras terão de contratar apenas 629 megawatts médios para 2015. Estima-se que a necessidade de contratação para o próximo ano, sem essa medida, seria de 5.000 megawatts médios.

Tarifas

A Aneel ainda não consegue medir o impacto dessa entrada da energia barata nas tarifas dos consumidores no ano que vem.

No entanto, é por meio dessa medida que o aumento das tarifas será minimizado, já que, para o ano que vem, o consumidor deve começar a pagar uma parte dos empréstimos feitos ao setor elétrico neste ano, um total de R$ 17,8 bilhões.

Na lista das beneficiadas com recebimento de "energia velha" está, em primeiro lugar, a paulista Eletropaulo, com 1.288 megawatts médios vindos das cotas. A segunda maior beneficiada é a empresa carioca Light, com 1.060 megawatts médios.

Na lista ainda há elétricas que não receberão quase nenhuma cota, como é o caso da CLFM (Companhia Luz e Força de Mococa), que receberá apenas 0,14 megawatt médio de energia, e da CSPE (Comissão de Serviços Públicos de Energia), com 0,34 megawatt médio. Ambas operam no interior paulista.

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