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Negócio

Anglo American paga MMX pelo controle da IronX

Depois de muito suspense, a Anglo American pagou nesta terça-feira (05) à mineradora MMX, do empresário Eike Batista, os R$ 5,4 bilhões referentes à compra do controle da IronX, empresa que administra os projetos de minério de ferro Minas-Rio e o Sistema Amapá. O negócio foi ameaçado após a Operação Toque de Minas, da Polícia Federal, que investiga denúncias de irregularidades em licitações vencidas pelo grupo de Eike no Amapá.

Para salvar o acordo, o empresário se ofereceu a pagar uma indenização do próprio bolso para cobrir qualquer prejuízo eventual que a mineradora anglo-sul-africana tenha, em razão da investigação da Polícia Federal. Em janeiro deste ano, a Anglo American anunciou um acordo para a aquisição de 51% da MMX Minas-Rio - já controlava os 49% restantes - e de 70% da MMX Amapá por US$ 5,5 bilhões.

Desse total, o equivalente a R$ 5,4 bilhões vai para os cofres da MMX. O restante será usado para financiar uma oferta pública para a aquisição das ações ordinárias dos acionistas remanescentes da companhia na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O negócio seria fechado no mês passado, mas acabou adiado por conta da Operação Toque de Midas.

No final de julho, a empresa de Eike Batista comunicou ao mercado financeiro que acertou com a Anglo o pagamento de uma indenização para que o negócio fosse concluído no dia 5 de agosto. O valor da indenização, porém, ainda não foi revelado. Segundo fontes, a quantia vai depender do resultado da investigação e dos desdobramentos na Justiça.

"Em relação ao processo de investigação ora em andamento, Eike Batista ofereceu uma indenização pessoal, que cobrirá qualquer prejuízo eventual que possa vir a ser incorrido pela Anglo American como resultado da referida investigação", diz o texto do fato relevante divulgado no final do mês passado.

A mina no Amapá já está em fase inicial de produção e conta com a ferrovia para escoar o minério, pelo porto de Santana. Os projetos em Minas Gerais ainda estão em fase de desenvolvimento. A investigação da Polícia Federal apura suspeitas de que o edital de licitação da ferrovia no Amapá foi direcionado para favorecer a MMX, única a apresentar proposta. A empresa nega a acusação e argumenta que a concorrência foi julgada com um misto de menor tarifa, maior compromisso de investimento e maior pagamento pela concessão. A MMX informou que desembolsou R$ 81,6 milhões na recuperação da ferrovia, que era deficitária, e pagou R$ 814 mil pela concessão, válida por 20 anos.

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