• Carregando...
Contabilizei foi o 1º investimento do Curitiba Angels: inteligência coletiva potencializa negócios | Divulgação
Contabilizei foi o 1º investimento do Curitiba Angels: inteligência coletiva potencializa negócios| Foto: Divulgação

Projetos

Com dinheiro de sobra, investidores dizem que o que falta são boas ideias

Segundo o investidor-anjo Allan Costa, faltam bons projetos para receber investimentos. De 60 propostas recebidas pelo Curitiba Angels, apenas três foram aprovados na pré-seleção, o que mostra a necessidade de um maior preparo dos empreendedores. "Falta consistência. A ideia só é válida quando se transforma em um empreendimento que gera valor." Vitor Torres, da Contabilizei, recomenda que o empreendedor inicie um relacionamento de longo prazo com os investidores antes de qualquer negociação.

Em Curitiba, o Clube do Empreendedor, iniciativa do Senai Paraná lançada na semana passada, oferece encontros semanais com educação empreendedora e networking para novas empresas. O objetivo é preparar os empreendedores para o contato com investidores. "Podemos contribuir com o índice de sucesso de investimento-anjo oferecendo base de gestão e rede de relacionamentos para que os projetos cheguem aos anjos mais consolidados, aumentando o índice de aprovação", diz José Rodolpho Bernardoni, um dos idealizadores do grupo.

  • Allan Costa, cofundador do Curitiba Angels: foco em empresas curitibanas

A cultura do investimento-anjo ganhou espaço na carteira de grandes investidores do país que querem diversificar seu portfólio e apostar em uma nova geração de empreendedores. Agora, para voar mais alto e minimizar riscos, os anjos passaram a se reunir em redes com o objetivo de compartilhar aplicações e conhecimentos. Com isso, startups que procuravam um único anjo já podem ser apadrinhadas por uma legião.

INFOGRÁFICO: Veja o perfil dos investidores-anjo do país

Segundo a organização Anjos do Brasil, existem 12 grupos no país que reúnem um total de 240 investidores. Um número ainda pequeno comparado ao mais de 6 mil investidores-anjo no Brasil, mas que tende a crescer rapidamente. "O investimento coletivo mostrou ser a melhor prática internacionalmente e é a nossa recomendação para quem quer se tornar um anjo", diz Cássio Spina, sócio-fundador da entidade.

As redes surgiram também como alternativa para quem quer investir como pessoa física e apostar em segmentos dos quais tem pouco conhecimento, como tecnologia. "Vários membros do grupo já tinham feito investimentos sozinhos e acreditam que, em nosso modelo, somos mais criteriosos, identificando problemas que individualmente as pessoas talvez não identificassem", afirma o curitibano Magnus Arantes, fundador da HBS Alumni Angels of Brazil, que reúne ex-alunos da Universidade de Harvard.

Com cerca de 100 participantes, o grupo já apadrinhou cinco projetos, somando um investimento que se aproxima dos R$ 5 milhões.

Capital inteligente

Com reuniões periódicas, os grupos avaliam projetos pré-selecionados e dividem o investimento, que geralmente vai até R$ 500 mil por empresa. Para participar, é importante o investidor ter consciência de que o retorno se dá a longo prazo e, por isso, contar com um patrimônio líquido significativo. Porém, mais que dinheiro, os empreendedores buscam o chamado smart-money, ou capital inteligente, no qual o investidor divide seus conhecimentos e rede de relacionamentos para potencializar as chances de sucesso da empresa.

"É a inteligência coletiva que aumenta a capacidade de impulsionar os empreendimentos. Precisamos de capital, expertise e disposição para liderar novos projetos", diz Allan Costa, cofundador do Curitiba Angels, rede de investidores lançada em junho deste ano.

A proposta do grupo, hoje composto por cerca de 20 pessoas, é investir em várias empresas curitibanas, comprometendo um valor máximo de R$ 50 mil por investidor.

"A vantagem é a diversidade da experiência. Cada um deles é um mentor que nos ajuda com diferentes perspectivas do negócio", diz Vitor Torres, sócio e cofundador da Contabilizei, primeira startup a receber investimento do grupo.

Rede Senai

A capital paranaense conta ainda com a Rede de Investidores-Anjo do Paraná, iniciativa do Senai que recentemente selecionou o site Reclamão para seu primeiro investimento.

"Todo empreendedor gosta de fazer negócios, dar palpite e ajudar. As empresas que serão grandes daqui dez anos estão nascendo agora e nós podemos contribuir", diz Bernardo Quintão, membro da rede e líder do investimento.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]