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Assistência suplementar

ANS suspende vendas de 301 planos de saúde

Ao todo, 38 operadoras foram punidas por descumprirem os prazos máximos de atendimento estabelecidos por normativa recente da agência

Do total de planos punidos, 221 são “reincidentes” | Antônio More/ Gazeta do Povo
Do total de planos punidos, 221 são “reincidentes” (Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo)

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciou ontem que 301 planos de saúde de 38 operadoras terão as vendas suspensas, a partir de sexta-feira, por um período mínimo de três meses, por descumprirem os prazos máximos para marcação de consultas, exames e cirurgias. Eles têm em suas carteiras 3,6 milhões de beneficiários ou 7,6% do total de pessoas atendidas em todo o Brasil. A lista completa está no site www.ans.gov.br.

Em sintonia com a preocupação do Palácio do Planalto de melhorar a imagem do governo na área de saúde, a agência determinou que os convênios só poderão aceitar novos clientes quando melhorarem a oferta dos serviços aos consumidores. Esta foi a segunda vez que o governo aplicou essa sanção, já que em julho 268 planos tiveram a comercialização suspensa.

De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, 80 planos estão sendo punidos pela primeira vez e outros 221 são reincidentes e terão a comercialização proibida pela segunda vez. Dos 268 punidos em julho, 45 cumpriram as exigências e serão autorizados a voltar ao mercado. Na prática, isso significa que, nos últimos três meses, apenas 16,8% dos planos que tinham recordes de reclamações melhoraram seus serviços.

Outros dois planos – um deles do Paraná, a Nossa Saúde (leia detalhes nesta página) – deveriam voltar a ser punidos, o que elevaria o total para 303, mas eles entraram na Justiça para continuar atuando normalmente. Padilha garantiu que o governo vai trabalhar para reverter essa situação.

A medida valerá até que as operadoras se adequem à resolução 259 da ANS, que determina os prazos. Para as especialidades de pediatria, clínica médica, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia, por exemplo, ele é de sete dias.

O diretor-presidente da agência, Maurício Ceschin, observou que quem já é cliente continua a ser atendido normalmente. "Essa avaliação é trimestral e, em dezembro, será feita uma nova. Dependendo da avaliação das operadoras, novos produtos entrarão e novos poderão sair".

Além da proibição, as empresas pagam uma multa de R$ 80 mil por infração. No que diz respeito às regras relacionadas às situações de urgência e emergência, a penalidade sobe para R$ 100 mil.

Depois do prazo de um ano, se as operadoras não adequarem seus serviços às normas, além de continuar com convênios suspensos e pagar multas, elas poderão sofrer a chamada "direção técnica", regime em que são acompanhadas de perto por técnicos da ANS para reestruturarem seus serviços.

Controle

O monitoramento da qualidade dos planos é feito a partir de reclamações feitas pelos consumidores. A cada três meses, a ANS publica um relatório. Caso, por dois trimestres consecutivos, as operadoras atinjam um índice de reclamação superior a 75% da mediana do setor apurada pela ANS, há a suspensão.

No último trimestre, entre 19 de julho e 18 de setembro, foram registradas 10,1 mil queixas por beneficiários dos planos de saúde referentes ao não cumprimento de prazos. Na primeira avaliação, entre janeiro e março, foram 2,9 mil registros e, na segunda, 4,6 mil.

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