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Antes da crise mostrar suas garras na geração de emprego, o Brasil vinha muito bem. O país criou 2,5 milhões de vagas formais em 2011, segundo um estudo inédito do Ministério da Previdência que reuniu todo o universo de trabalhadores com vínculo formal - de empresas, autônomos, domésticos, comissionados do setor público, servidores da União, dos estados e dos municípios. Do total, 2,2 milhões foram gerados nas firmas, o que fez com que o estoque de assalariados batesse em 40 milhões, alta de 5,8% na comparação com 2010. Pela primeira vez, a pasta tem uma radiografia completa do emprego formal, já que os dados divulgados regularmente são segmentados.

O que chamou a atenção nesse retrato foi o incremento de 343,9 mil postos na categoria de autônomos e domésticos, alta de 6,47% em um conjunto de 5,7 milhões de trabalhadores. Já no setor público, houve encolhimento de 9.551 vagas.

Segundo o secretário de Previdência Social, Leonardo Rolim, o programa do Microempreendedor Individual (MEI) foi fundamental, porque ajudou a formalizar não só os trabalhadores por conta própria, mas também donas de casas, de olho nos benefícios previdenciários. Já a redução dos empregos no setor público é resultado do freio nos concursos públicos e da não substituição dos funcionários que pediram aposentadoria.

O estudo mostrou ainda que a maior parte dos empregos criados ano passado ficou concentrada em pequenas empresas que empregam entre um e cinco funcionários - 2,1 milhões. Quem menos contratou foram as firmas com mais de 251 trabalhadores: 18,5 mil apenas.

Entre os assalariados, os homens ainda são maioria, com 57,8% dos postos de trabalho formais, enquanto as mulheres ocupam 38,7% das vagas. Apesar disso, a participação feminina no mercado formal subiu: era de 36,6% em 2003.

Uma análise por faixa etária mostra que a maioria dos empregados tem entre 20 e 29 anos, um universo de 12,9 milhões. Mas quem ganha melhores salários são os trabalhadores com mais de 50 anos, sendo o pico aos 70 anos - remuneração média de R$ 3.573 - para uma média nacional de R$ 2.244.

De acordo com o levantamento, a rotatividade continua sendo um problema no mercado de trabalho, onde 20,2% dos assalariados têm menos de um ano no mesmo emprego. Os trabalhadores com maior tempo de casa - mais de cinco anos - são os que recebem maior salário (de R$ 3.856). Em seguida, estão os que têm entre dois e cinco anos (R$ 2.421). Até um ano, a média ficou em R$ 1.655.

Para o secretário, quem consegue continuar no mercado são os trabalhadores qualificados (intelectuais, analistas, professores):"Os empregados mais preparados são também os mais valorizados pelas empresas, que pensam duas vezes antes de trocar esse funcionário", disse.

Apesar da crise, Rolim avalia que o mercado de trabalho continuará gerando saldos positivos."Haverá um crescimento nos empregos, ainda que moderado", disse o secretário.

O estudo da Previdência foi elaborado em cima dos dados da guia de informações trabalhistas e previdenciárias, guia de recolhimento do INSS e informações prestadas pelos regimes de aposentadoria das três esferas da administração pública.

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