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Estados Unidos

Apesar de dados ruins, Obama vê “raios de esperança”

Presidente dos EUA admite que 2009 continuará a ser um ano difícil para a economia norte-americana

O presidente Barack Obama na Universidade Georgetown: “Não há dúvida de que o momento ainda é duro” | Saul Loeb/AFP
O presidente Barack Obama na Universidade Georgetown: “Não há dúvida de que o momento ainda é duro” (Foto: Saul Loeb/AFP)

Nova Iorque - Em um dia repleto de dados ruins sobre a economia dos Estados Unidos, o presidente Barack Obama e o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke, insistiram em tons otimistas. Admitiram, porém, que a retomada do crescimento só virá a partir do ano que vem.

Os discursos chegaram horas após a divulgação de um relatório do Departamento do Comércio dos EUA que mostra que, após dois meses de leves altas, as vendas do varejo voltaram a cair – março teve queda de 1,1% em relação a fevereiro. Em relação aos resultados de um ano atrás, as vendas no mês passado caíram 10,7%.

No atacado, o índice de preços caiu 1,2% em março em relação ao mês anterior, puxado principalmente pela queda no preço da gasolina (-13,1%). Em comparação com o mesmo período em 2008, a queda foi de 3,5%, o pior declínio anual em 50 anos, causado em parte pela perda drástica no preço do petróleo, que estava a mais de US$ 100 o barril em março do ano passado e que agora fica em torno de US$ 50. Descontando energia e alimentação, os preços ficaram estáveis.

Sem citar os dados, em visita à Universidade Georgetown, em Washington, Obama pediu à população que mire o longo prazo. "Não há dúvida de que o momento ainda é duro. Mas, de onde estamos, pela primeira vez começamos a ver raios de esperança." Ele repetiu que a lei de estímulo à economia (de US$ 787 bilhões) e os esforços para fortalecer o sistema bancário estão dando frutos, demonstrados pelo aumento de refinanciamentos em hipotecas e de empréstimos a pequenos negócios.

Obama citou ainda como de impacto positivo a ajuda à indústria automotiva nacional, mas os números questionam a afirmação. As gigantes automotivas GM e Chrysler receberam, juntas, US$ 17,4 bilhões em empréstimos federais, mas ambas continuam à beira da bancarrota. Em março, a queda de 23,5% nas vendas de veículos pressionou os resultados do varejo.

O presidente disse que a reestruturação das montadoras, assim como da seguradora AIG, envolverá decisões difíceis e impopulares. E afirmou que ninguém deve esperar recuperação forte em 2009.

Base sólida

Enquanto isso, a quase 900 quilômetros dali, o presidente do Fed afirmava estar "fundamentalmente otimista" sobre as chances para a economia dos EUA no longo prazo e disse que a recessão, que já dura 16 meses, está perdendo sua severidade.

Em discurso em uma universidade em Atlanta, Ben Bernanke disse que "recentemente vimos sinais iniciais de que o declínio forte da atividade econômica pode estar diminuindo". "As condições econômicas hoje são difíceis, mas as bases da nossa economia são fortes, e não enfrentamos problemas que não podem ser superados."

A alusão à solidez econômica lembra a que criou problemas em 2008 ao então candidato republicano à Presidência, John McCain, que elogiou os fundamentos da economia do país no mesmo mês em que o banco Lehman Brothers quebrou.

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