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Aplicativos com sistema VPN podem burlar bloqueio ao WhatsApp

Serviços driblam bloqueio ao aplicativo, mas podem criar brechas de segurança

Serviços de VPN podem garantir acesso ao WhatsApp mesmo com bloqueio | Henry Milleo/Gazeta
Serviços de VPN podem garantir acesso ao WhatsApp mesmo com bloqueio (Foto: Henry Milleo/Gazeta)

Com o bloqueio do WhatsApp no Brasil, muitos usuários podem aderir a aplicativos com sistemas VPN (redes virtuais privadas) gratuitos para burlar o veto e continuar mandando e recebendo mensagens.

Esses sistemas permitem que o usuário pareça estar acessando a internet de outro país que não o Brasil, o que faz com que o WhatsApp seja acessível, já que o bloqueio foi feito só aqui (em países que impõem controle da rede, caso da China, é comum que os internautas usem VPNs para fugir da barreira da censura).

O problema é que as VPNs também podem causar riscos: a empresa ou organização mantenedora da ferramenta poderia, em teoria, ter acesso aos seus dados (conversas ou outras informações que você transmitiu na conexão).

Além disso, a conexão pode ficar lenta e, claro, a pessoa do outro lado também precisa estar acessando o WhatsApp de alguma forma.

“Toda a sua navegação sairá por esse novo servidor. Engana-se aquele que pensar que será apenas as mensagens do WhatsApp”, afirma Wanderson Castilho, especialista em crimes digitais. “É um risco. Será realmente preciso passar por isso?”

O consultor de segurança da informação Vinícius K-Max diz que é melhor evitar as opções grátis -há várias opções delas nas lojas de aplicativos da Apple e do Google.

“Qualquer medida gratuita é desaconselhável porque, se alguém está oferecendo uma VPN grátis, deve estar lucrando de outra forma, possivelmente por meio da inserção de anúncios na sua navegação ou monitoramento da sua navegação, o que é um grande risco de invasão de privacidade”, ele me disse.

“A opção menos arriscada é contratar um serviço com reputação e conectar nele por meio da opção de acesso à VPN do próprio sistema operacional. Tanto o Android quanto o iOS oferecem esse recurso.”

Paulo Lício de Geus, professor-associado do Instituto de Computação da Unicamp, discorda. Ele diz que há, sim, opções grátis: o indicado é procurar por aquelas que sejam baseadas em código aberto (caso do sistema Openvpn, conceituada rede para PCs), em que a comunidade pode verificar a segurança.

“Tem gente que fica investigando. Neles, se houvesse um modo de escapar dados, já teria sido descoberto”, afirma o professor.

Mais seguro talvez seja migrar para outras plataformas, como o Viber ou o Telegram nessas 72 horas de indisponibilidade.

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