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A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) anunciou ontem a retomada da dragagem do Canal da Galheta, que dá acesso aos terminais, depois de um ano da suspensão do serviço, cuja constância é tecnicamente essencial para a segurança dos navios. A dragagem deve melhorar a navegabilidade na baía. Somente este ano, as operações de entrada e saída no terminal foram interrompidas por duas vezes pelo acúmulo de areia e deslocamentos de bóias na entrada do canal, que impediam o trânsito das embarcações. O superintendente da Appa, Eduardo Requião, anunciou ainda a criação da Companhia de Dragagem Paranaense, autarquia que ficaria responsável pela dragagem do porto, mas não soube informar detalhes sobre a nova empresa estatal.

A dragagem do canal, batizada pela própria administração de dragagem pontual, será feita por meio de um contrato de emergência. A Appa vai publicar, a partir de hoje, um edital chamando as empresas interessadas em realizar o serviço pelo valor máximo de R$ 16 milhões. A empresa Somar, que acabou de fazer a dragagem do Porto de Itajaí, orçou a remoção de 2,8 milhões de metros cúbicos de areia em R$ 15,6 milhões. "O mais caro é o transporte do navio de dragagem. A draga holandesa que estava em Itajaí vai passar necessariamente por Paranaguá, por isso não acredito que alguma empresa consiga um valor menor. Mesmo assim, vamos esperar que elas se manifestem", disse o superintendente.

Se não houver outra empresa interessada em realizar o serviço as obras podem começar já na próxima semana. A previsão da Appa é que a obra seja concluída entre 40 e 60 dias, dependendo do clima na região. Durante este período o porto vai funcionar normalmente. "A dragagem não vai interromper e nem atrapalhar o funcionamento do porto", disse Eduardo Requião.

A dragagem do Porto de Paranaguá é objeto de discussão entre empresas exportadoras e a administração do porto desde julho do ano passado, quando o contrato com a empresa Bandeirantes, que realizava o serviço, foi rompido pelo governo do estado. Em fevereiro deste ano, a Appa abriu uma licitação para a dragagem, mas a falta de licença ambiental do Ibama elevou o preço apresentado pela única empresa que participou do processo (Somar), que ficou acima do valor máximo estipulado pelo governo (R$ 35 milhões).

Em junho deste ano, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), concedeu, com autorização do Ibama, uma licença ambiental provisória para o início das obras de dragagem. O destino final do material retirado, no entanto, ainda não havia sido estipulado. Segundo o superintendente da Appa, para a dragagem pontual não será necessária uma destinação específica do material retirado "Nesse caso o material pode ser despejado no mar", disse o superintendente Eduardo Requião.

Não é o que entende o membro do Conselho da Autoridade Portuária de Paranaguá (CAP), Luiz Antônio Fayet. "Em qualquer intervenção no porto deve-se ter um destino específico para o material retirado", diz. Para Fayet, se não houver um destino certo para o material a contratação corre o risco de ser embargada. "O que pode trazer ainda mais prejuízos para as empresas exportadoras", completa.

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