
A incorporação da locadora curitibana Carrier, anunciada no fim de setembro, transformou a Auto Ricci, de Maringá, na sexta maior terceirizadora de frotas do país em número de veículos. Mas, pelo menos por enquanto, novas aquisições estão fora do radar da empresa.
INFOGRÁFICO: Veja com está a receita líquida da Auto Ricci
Os planos para os próximos cinco anos estão baseados no chamado crescimento "orgânico", a expansão de suas próprias operações que, por sinal, já estava acelerada. Nos últimos três anos, o faturamento da Ricci mais que dobrou. Saltou de R$ 61 milhões em 2009 para R$ 158 milhões no ano passado, o que corresponde a um crescimento médio de 37% ao ano, o triplo do registrado pelo mercado brasileiro de locação de veículos.
"Nosso objetivo não é fazer aquisições. São processos que demoram para se consolidar, porque exigem a conciliação de diferentes culturas empresariais. O caso da Carrier foi bastante específico. Fizemos negócio porque conhecemos a empresa há dez anos, e nossas atividades têm muitas similaridades", explica o diretor administrativo da Ricci, Wilson Benali.
Musculatura
Antes do negócio, a locadora projetava faturar R$ 186 milhões em 2013. Com a consolidação, a receita deve passar de R$ 250 milhões. Juntas, Ricci e Carrier somam uma frota de 13 mil veículos e ganham musculatura para competir em um mercado que, embora tenha mais de 2,2 mil empresas, é cada vez mais concentrado nas mãos das grandes.
Segundo a Associação Brasileira de Locadoras de Automóveis (Abla), as terceirizadoras do país têm uma frota de 279 mil veículos. E, pelas contas de Benali, 61% deles estão nas mãos das dez maiores. "Uma empresa maior consegue captar dinheiro a custo mais baixo e negociar preços melhores com as montadoras. O que é fundamental, levando em conta que, em 2014, teremos de comprar 4,5 mil veículos apenas para renovar a frota, sem contar a expansão", diz Benali.
Fora da Bolsa
Embora tenha adotado uma série de práticas de governança corporativa a partir de 2008, quando virou sociedade anônima, a Ricci não pretende abrir capital, ao contrário de concorrentes como a Unidas e a paranaense Ouro Verde, que se preparam para ingressar na Bovespa.
"Profissionalizamos a gestão da empresa para alcançar um crescimento sustentado. A ideia é crescer sem inchar", diz Benali. A profissionalização coincide com a chegada do executivo à direção da companhia, há cinco anos, quando a locadora dele foi absorvida pela Ricci.
Direção
Quando o negócio com a Carrier for oficializado, o que deve ocorrer até o fim do ano, a Ricci ficará sob o comando de três diretores: Dirley Ricci, no cargo de executivo-chefe; Benali, cuidando das finanças; e Flávio Nabhan, da Carrier, à frente da área comercial. Os sócios da Carrier passarão a ter 20% da Ricci. A incorporação não envolveu dinheiro, apenas troca de ações.



