Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Mercado de trabalho

Após quase 10 anos de queda, taxa de informalidade para de cair

Contingente de trabalhadores informais ficou estagnado no segundo semestre de 2014 nas seis maiores regiões metropolitanas do país

Em novembro, trabalhadores informais representaram 32,45% dos total de brasileiros ocupados | Brunno Covello/Gazeta do Povo
Em novembro, trabalhadores informais representaram 32,45% dos total de brasileiros ocupados (Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo)

Com a economia crescendo pouco mais de zero, a taxa de desemprego se mantém ainda nas mínimas históricas, mas a qualidade do mercado de trabalho já não é mais a mesma. Depois de queda sistemática desde 2004, a informalidade parou de cair no segundo semestre de 2014.

Em novembro, os trabalhadores sem proteção – sem carteira, por conta própria (autônomos) e sem rendimento – representavam 32,45% do total dos brasileiros ocupados nas seis maiores regiões metropolitanas. A taxa é praticamente a mesma de agosto.

Em 2013, mesmo com um mercado de trabalho com resultados menos favoráveis em relação à renda e à geração de vagas, a informalidade manteve queda sistemática e encerrou o ano, em média, em 32,84%, um ponto percentual abaixo de 2012.

Em 2014, a queda na informalidade deve ser bem menor. Segundo o economista Carlos Henrique Corseuil, diretor-adjunto de Estudos e Políticas Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o indicador deve encerrar o ano, em média, meio ponto percentual abaixo de 2013. Isso porque até maio a taxa ainda caía na comparação com o mesmo mês do ano passado.

No segundo semestre, porém, a informalidade estagnou num cenário de aumento do número de trabalhadores por conta própria, apesar da manutenção dos empregos com carteira e da redução dos sem carteira. O porcentual de trabalhadores autônomos passou de 17,96% entre julho e novembro de 2013 para 18,93% no mesmo período de 2014.

A estagnação da informalidade é semelhante ao que ocorreu no segundo semestre de 2009, quando o mercado de trabalho sentiu os efeitos da crise financeira internacional, observa Corseuil. Para ele, agora o fenômeno seria uma primeira amostra da volta ao mercado de trabalhadores que tinham deixado de procurar emprego, o que explica a baixa taxa de desemprego apesar da baixa criação de vagas.

Corseuil estima, no entanto, que uma recuperação é possível no segundo semestre de 2015. "Em 2009, o período de alta da informalidade durou nove, dez meses e depois recuperou."

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.