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Desvalorização

Argentina flexibiliza controle de câmbio

Cotação do dólar oficial saltou para 8 pesos na quinta-feira | Enrique Marcarian/Reuters
Cotação do dólar oficial saltou para 8 pesos na quinta-feira (Foto: Enrique Marcarian/Reuters)

O governo argentino liberalizou ontem algumas medidas de controle de câmbio, impostas nos últimos dois anos, para frear a fuga de pesos. A partir de segunda-feira os argentinos poderão comprar dólares (e outras moedas estrangeiras) pelo câmbio oficial, operação que tinha sido proibida em julho de 2012 – a possibilidade será restrita às pessoas físicas. O chefe de gabinete da Presidência, Jorge Capitanich, também anunciou a redução do imposto cobrado para compras feitas com cartão de crédito no exterior, de 35% para 20%.

O anúncio foi feito dois dias após a maior desvalorização do peso em doze anos. A cotação do dólar oficial saltou de 6,8 pesos na terça-feira para 8 pesos na quinta-feira. No mercado paralelo, que cresceu nos dois anos de política de controle cambial, a cotação do ‘dólar blue’ (como é chamada a moeda comercializada no paralelo) passou de 11,8 pesos para 13 pesos.

As medidas fazem parte da política cambial de "flutuação administrada", explicou o chefe de gabinete da Presidência argentina, em entrevista coletiva. "O governo considera que o preço do dólar alcançou o nível de convergência aceitável para os objetivos da política econômica", disse ele.

Segundo o economista Fausto Spotorno, a intenção do governo é reduzir a brecha entre o dólar oficial e o paralelo, cuja cotação vem aumentando desde a implementação de rígidos controles ao câmbio. A primeira medida foi anunciada em outubro de 2011: quem quisesse comprar dólares na Argentina tinha de pedir autorização à Administração Federal de Ingressos Públicos (Afip), órgão equivalente à Receita Federal brasileira, e demonstrar que tinha pesos suficientes para realizar a troca.

"Os argentinos compram dólares há mais de três décadas porque acham que é a forma mais segura de poupar e preservar o poder de compra de seu dinheiro", explicou o economista Marcelo Elisondo. "Não confiam nos bancos, porque o dinheiro deles já foi confiscado mais de uma vez e agora estão preocupados com a inflação", completou.

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