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A crise política na Argentina ganhou nesta terça-feira (12) mais um capítulo. O chefe de gabinete da Presidência da República, Aníbal Fernandez, acusou a juíza María José Sarmiento de tomar decisões políticas e não técnicas na condução do processo sobre a exoneração do titular do Banco Central, Martín Redrado, e a utilização de recursos da reserva nacional para pagamento da dívida externa.

A reação ocorre depois de a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, ser derrotada mais duas vezes na Justiça. Na segunda-feira (11), a Justiça determinou que o processo transcorra no ritmo normal, sem urgência, e invalidou o decreto presidencial que exonerava Redrado.

"[A juíza] tem respostas políticas quando na realidade deveria ter respostas judiciais", disse Aníbal, segundo a agência de notícias Telam. Nesta segunda-feira, Sarmiento decidiu transformar em causa ordinária, portanto, sem urgência o processo sobre a exoneração de Redrado e o uso dos recursos da reserva.

O assunto será tema de uma reunião nesta quarta-feira (13) no Congresso Nacional conduzida pelo vice-presidente, Julio Cobos – que também é presidente do Senado. Oposição a Kirchner, seu vice foi desautorizado por ela de comandar as reuniões. Sem maioria no Legislativo, a presidente deve ser derrotada no Parlamento.

Na Argentina, o Banco Central é autônomo definindo que o presidente da instituição deve ser designado e destituído por meio de decisão do Parlamento. O mandato de Redrado termina em setembro.

Desde a semana passada, a Argentina está mergulhada em uma profunda crise política. Kirchner insiste em demitir Redrado por ele se negar a usar os recursos da reserva para o pagamento da dívida. Para a presidente, é essencial usar cerca de US$ 6,6 bilhões das reservas estrangeiras para pagar vencimentos da dívida externa em 2010.

Mas Redrado é contra. Antes de partir para o embate jurídico, Kirchner pediu que Redrado renunciasse. No entanto ele se negou. Integrantes do governo chegaram a anunciar Miguel Pesce, atual vice-presidente do BC, como interino embora o candidato apontado como favorito para desempenhar a função seja Mario Blejer.

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