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No programa Última Análise desta terça-feira (24), o tema foi o assistencialismo e o "festival do almoço grátis" promovido pelo governo petista, mesmo estando próximo do colapso das contas públicas. Com o ritmo atual de gastos, há previsão de que não haverá dinheiro sequer para o custeio das despesas da máquina estatal, já em 2027.
Apesar disso, o governo Lula segue aumentando os gastos assistencialistas, como a proposta de energia elétrica de graça para 60 milhões de brasileiros. "O problema é que alguém sempre paga essa conta", afirmou o jurista André Marsiglia.
Se anteriormente tais programas públicos eram financiados pelo aumento da tributação, agora o governo adota a política de venda de títulos públicos. É o que sublinha Daniel Vargas, professor da Escola de Economia de São Paulo (EESP) da Fundação Getulio Vargas (FGV) e convidado do programa. Vargas faz o alerta: "O fato é que é uma dívida que muito em breve voltará para todos nós pagarmos".
Além disso, ao analisar as políticas econômicas petistas, Daniel aponta que o crescimento baseado no consumo tem se mostrado limitado para resolver o problema da produtividade. Segundo ele, muito da política de bem-estar social atual está atrelado ao endividamento das famílias, assim, teríamos uma "falsa assistência".
Assistencialismo do PT tem raízes culturais anteriores
A política assistencialista do país tem antiga tradição e remete a Getúlio Vargas, considerado o "pai dos pobres". Segundo o vereador Guilherme Kilter, o brasileiro desenvolveu uma cultura em que espera que o Estado forneça "absolutamente tudo". Esta mentalidade leva as pessoas a culparem o governo por suas dificuldades, em vez de assumirem a responsabilidade individual.
Fenômeno semelhante é apontado pelo escritor e colunista da Gazeta do Povo Francisco Escorsim. Para ele, a "psicologia do subdesenvolvimento" (abordada em um livro de Meira Penna) e o mito de Dom Sebastião (crença de que o monarca voltaria para salvar Portugal) explicariam a expectativa de soluções externas e o imediatismo do brasileiro.
O escândalo do INSS e a "república sindicalista"
O programa Última Análise abordou também o mais recente caso de corrupção do governo Lula, envolvendo descontos indevidos de mensalidades de aposentados pelo INSS. Estima-se um rombo de mais de R$ 6 bilhões de reais. Guilherme Kilter enfatizou que muitos sindicatos, liderados por aliados de Lula, realizaram contribuições sindicais sem autorização de beneficiários. Assim, o episódio revela que estaria "oficializada a república sindicalista no país".
O programa Última Análise faz parte do conteúdo jornalístico ao vivo da Gazeta do Povo, no YouTube. O horário de exibição é das 19h às 20h30, de segunda a quinta-feira. A proposta é discutir com mais reflexão, e menos paixão, os grandes temas desafiadores para o futuro do país.



