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Condições são favoráveis para maior crescimento da economia este ano

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou nesta quinta-feira (16) que existem condições favoráveis para que a economia do país cresça mais este ano. Ele fez a declaração ao comentar o resultado do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) que ficou em 2,79% no ano passado.

"Isso [o IBC-Br] não é o resultado do Produto Interno Bruto (PIB). É uma estimativa. O PIB deverá [em 2011] ficar em torno de 3%, um pouco mais um pouco menos. Mas o importante é a trajetória e esse PIB está ficando para trás. Já estamos caminhando para um PIB maior em 2012."

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O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), cresceu pelo segundo mês consecutivo em dezembro, sinalizando que a atividade nos três últimos meses do ano deve ter ganhado tração e impactado positivamente a economia no início deste ano.

O indicador subiu 0,57 por cento em dezembro ante novembro, fechando 2011 com alta acumulada de 2,79 por cento. A alta de novembro foi revisada para 1,29 por cento, acima da taxa de 1,15 por cento reportada inicialmente.

Segundo profissionais do mercado, a melhora na atividade não deve desestimular mais cortes de juros pelo Banco Central, que podem levar a Selic a um dígito, conforme já sinalizado pela autoridade monetária.

Em relação a dezembro de 2010, o índice registrou expansão de 1,71 por cento. Já no quarto trimestre ante o terceiro, o IBC-Br avançou 0,27 por cento.

Analistas consultados pela Reuters previam alta de 0,50 por cento em dezembro sobre novembro, segundo a mediana de oito previsões, que variaram de 0,40 a 0,70 por cento.

A equipe econômica do Santander atribuiu o resultado de dezembro a uma combinação de vendas mais fortes no varejo brasileiro e ao crescimento da produção industrial naquele mês.

"O resultado do IBC-Br está em linha com nosso cenário de que a atividade econômica já está acelerando, mas num ritmo gradual.

Na terça-feira, dados mostraram crescimento acima do esperado nas vendas do varejo brasileiro em dezembro, mês em que a indústria cresceu 0,9 por cento, também demonstrando alguma retomada.

Segundo o banco, o número de dezembro reforçou a estimativa da instituição de que o PIB deve ter crescido 0,4 por cento no quarto trimestre ante o terceiro.

O economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa -que também aposta num crescimento de 0,4 por cento no último trimestre do ano passado-, afirmou que o IBC-Br mostra que "o fundo do poço foi o terceiro (trimestre)". "Ainda assim, o segundo semestre deve ser fraco no todo", acrescentou.

Para o economista sênior do Espirito Santo Investment Bank Flávio Serrano, o crescimento da economia no quarto trimestre reflete os estímulos monetários oferecidos pelo Banco Central a partir de agosto. Serrano também prevê que a economia tenha avançado 0,4 por cento no quarto trimestre.

O PIB brasileiro teve variação nula no terceiro trimestre ante o segundo, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), num desempenho mais fraco que até mesmo alguns países da zona do euro, golpeados por uma crise de dívida que já dura mais de dois anos e tem sacudido os mercados financeiros globais.

Queda da Selic e crescimento em 2012

Numa tentativa de dar suporte à economia, o Banco Central iniciou um ciclo de afrouxamento monetário em agosto passado, citando o agravamento da crise internacional, e, desde então, já cortou a Selic em 2 pontos percentuais, para os atuais 10,50 por cento ao ano.

O mercado prevê pelo menos mais duas quedas de 0,5 ponto percentual nas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) em março e abril, segundo o relatório Focus, após forte sinalização da autoridade monetária de que busca reduzir o juro básico a um dígito.

Na quarta-feira, o governo anunciou um corte de 55 bilhões de reais no Orçamento de 2012, afirmando que a redução nas despesas abre caminho para mais reduções no juros, ao manter a política fiscal controlada.

"(O IBC-Br) não altera a expectativa de que o BC continue buscando provavelmente uma Selic de um dígito. Já estava na conta", afirmou Rosa, da SulAmérica Investimentos.

Na visão de Serrano, do BES, mesmo com sinais "claros" de que a performance da economia foi afetada pela turbulência internacional, o Comitê de Política Monetária (Copom) provavelmente aumentará os estímulos monetários nos próximos meses, em meio a uma inflação temporariamente mais baixa.

O Santander estima que a economia brasileira deve apresentar um desempenho mais robusto em 2012, especialmente no segundo semestre. "O ritmo de crescimento trimestral pode ser maior que 1,0 por cento."

O Barclays Capital prevê que a economia deva crescer entre 0,7 por cento e 0,8 por cento no primeiro trimestre, apesar de ponderar que ainda vê riscos à concretização dessa previsão, sobretudo por uma queda de 1,0 por cento estimada na produção industrial de janeiro.

Na visão do Banco Central, a economia deve crescer 3,5 por cento em 2012 e ter registrado alta de 3,0 por cento em 2011. Já o Ministério da Fazenda prevê um crescimento maior da economia neste ano, de 4,5 por cento.

O IBC-Br incorpora estimativas para a produção nos três setores básicos da economia -serviços, indústria e agropecuária. Considerado um indicador antecedente do PIB, o índice passou a ser divulgado no Relatório Trimestral de Inflação do primeiro trimestre de 2010, em março daquele ano, e tem defasagem aproximada de 45 dias.

Os números do PIB brasileiro referentes ao quarto trimestre serão divulgados no dia 6 de março pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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