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Salários

Aumento real médio é o mais baixo desde 2008

Dieese pesquisou 302 negociações e constatou que houve reajuste acima da inflação em 68,5% dos acordos. Há 3 anos, índice foi de 95,7%

O brasileiro perdeu poder de barganha na negociação salarial. No primeiro semestre, o reajuste real médio – acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) – obtido pelo trabalhador foi de 0,51%, de acordo com o balanço divulgado nesta quinta-feira (27) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômico (Dieese). O resultado apurado foi o mais baixo desde 2008, quando teve início a nova metodologia da pesquisa do instituto. No ano passado, o ganho dos trabalhadores havia sido de 1,46%.

O balanço do Dieese também mostrou que, nas 302 unidades de negociação pesquisadas, 68,5% dos acordos ficaram acima do INPC e 14,6% abaixo do índice. Esse quadro também se configurou como o pior para o trabalhador desde 2008. No auge da força do mercado de trabalho, em 2012, por exemplo, 95,7% dos acordos resultaram em reajustes acima da inflação, ou seja, com ganho real.

A piora na negociação para os trabalhadores ocorreu por duas razões. Primeiro, a inflação elevada dificultou os ganhos reais no primeiro semestre – em junho, por exemplo, o INPC acumulado em 12 meses ficou em 8,76%. Segundo, também pesou a forte deterioração do mercado de trabalho com o rápido aumento da taxa de desemprego e o fechamento das vagas no setor formal.

“A piora do mercado também se deu pelo aumento da informalidade e da precariedade no trabalho”, diz José Silvestre Prado de Oliveira, coordenador de relações sindicais do Dieese.

Indústria

Na análise por setores econômicos, os trabalhadores da indústria foram os que tiveram o menor ganho real, de 0,19%. Os reajuste mais elevado foi observado no setor de serviços (0,78%), seguido pelo comércio (0,63%). “A dificuldade da indústria não é de hoje e isso se refletiu nas negociações. Toda vez que o setor industrial vai mal essa piora se reflete nos demais setores”, afirma Silvestre.

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