Montadoras e fabricantes de autopeças estão em pé de guerra em um momento em que se preparam para produção e vendas recorde de veículos neste ano, estimada em 3,4 milhões de unidades.
O primeiro embate foi a retirada gradual de um desconto de 40% sobre a alíquota de importação de componentes que beneficiava montadoras e grandes fornecedores há dez anos. O outro ocorreu na semana passada, quanto a Volkswagen, maior fabricante brasileira de automóveis, reclamou da qualidade de autopeças nacionais e informou que negocia a substituição de alguns fornecedores por empresas europeias e asiáticas interessadas em se instalar no País.
Nesta sexta, o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) divulgou nota rebatendo as críticas feitas pelo chefe mundial de compras da Volkswagen, Garcia Sanz. Ele veio ao Brasil para participar da entrega de um prêmio aos melhores fornecedores da empresa e aproveitou para reclamar "de um grupo pequeno" que apresenta problemas de qualidade, atrasa as entregas e "está sempre pressionando por aumento de preços".
Entre os setores citados estão o de peças plásticas, faróis e tecnologia eletrônica de motores. Para o Sindipeças, a montadora "aponta os canhões para o alvo errado." Em uma longa nota em que enumera dez itens em defesa do setor, a entidade afirma, por exemplo, que a questão estrutural brasileira - com altos custos de logística, impostos, legislação trabalhista engessada e pesada burocracia - afeta toda a indústria, seja ela de capital brasileiro ou estrangeiro. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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