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Empresas brasileiras desperdiçam anualmente R$ 45 bilhões por falta de investimentos em tecnologia, sistemas de informação e conectividade. O Paraná responde por aproximadamente R$ 2,7 bilhões dessas perdas. A conclusão é de um estudo nacional coordenado por professores da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O montante jogado fora, se fosse aproveitado, seria suficiente para elevar o Produto Interno Bruto (PIB) nacional em 1 ponto porcentual, avaliam os pesquisadores Nelson Barrizzelli, da USP, e Rubens da Costa Santos, da FGV.

O grupo de estudos ouviu empresários de todo o país sobre os investimentos das empresas em tecnologia e os resultados que obtiveram. A pesquisa foi dividida em cinco setores: cadeia alimentar e agronegócio, eletroeletrônicos, indústria têxtil, da saúde e automobilística. "Em cada cadeia falamos também com os fornecedores, e vimos como as empresas estavam conectadas", conta o professor Costa Santos, da FGV.

Conectividade, explica, significa que empresas e fornecedores de uma mesma cadeia produtiva têm capacidade de transmitir e partilhar dados, seja por meio de computadores, internet ou outros recursos tecnológicos, para otimizar o tempo, reduzir distâncias e aumentar a produtividade. "É como a venda de açúcar num supermercado. Se houver conectividade, na medida em que o produto passa pelo caixa, o fornecedor pode planejar o reabastecimento do estoque. Mas se essa informação fica prisioneira dentro do varejista, você tem uma ineficiência na cadeia", explica o professor.

Os paranaenses Paulo Prado, da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Renato Marchetti, da Universidade Católica (PUC-PR) coordenaram a pesquisa sobre a cadeia de eletroeletrônicos. "Na verdade, as empresas estão bem integradas internamente. Mas na conexão com os fornecedores poderia haver um ganho significativo", diz o professor Prado.

Para calcular o montante desperdiçado, os pesquisadores ouviram as empresas líderes em cada setor e demais elos envolvidos na produção. "Nós perguntamos aos empresários sobre os seus investimentos. Eles disseram quais foram os ganhos quando processos tecnológicos foram implantados. E também falaram dos problemas e sobre que lucros obteriam, se os problemas fossem superados", conta Costa Santos. Para calcular o dinheiro desperdiçado no Paraná, foi feita uma comparação com a participação do estado no PIB nacional.

Perdas

De acordo com as estimativas dos pesquisadores, anualmente, a indústria ligada à cadeia alimentar e ao agronegócio desperdiça entre R$ 5,5 bilhões e R$ 12,4 bilhões; a cadeia de eletroeletrônicos poderia faturar 40% a mais; a têxtil joga fora R$ 5,7 bilhões; a indústria da saúde desperdiça R$ 3 bilhões; e a automobilística perde entre R$ 2,3 bilhões e R$ 4 bilhões.

"Nós percebemos que, entre os cinco setores, o automobilístico é o mais avançado em termos de conectividade", diz o professor Costa Santos.

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