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O terceiro dia útil de greve dos bancários no Paraná foi marcado por filas e bloqueios em caixas eletrônicos, a única opção de atendimento na maior parte dos bancos. Na capital, o número de grevistas caiu de 9 mil para 8 mil e o de agências fechadas de 200 para 130, mas os correntistas tiveram mais dificuldade de acesso aos terminais, principalmente no centro da cidade, onde o movimento grevista passou a deliberadamente atrapalhar o acesso e a utilização dos caixas automáticos. Quem precisava pagar contas acabou engrossando longas filas nas casas lotéricas.

A decisão de dificultar o uso dos terminais continua valendo para os próximos dias. "Radicalizamos porque não houve a negociação que queremos", disse a presidente do Sindicato dos Bancários em Curitiba, Marisa Stédile. De acordo com ela, a ordem é pressionar os funcionários a não atender quem precisar de ajuda. O endurecimento também estaria relacionado com a entrada à força de policiais em agências e a outros conflitos que teriam ocorrido, segundo os grevistas, como o atropelamento de um bancário em frente à agência do Bradesco da Avenida. Marechal Deodoro e a prisão de dois sindicalistas em Umuarama.

A agência central da Caixa Econômica, por exemplo, só teve os caixas automáticos liberados por volta do meio-dia. A empregada doméstica Daiane Terres não gostou de ter de esperar com a filha de três meses no colo. "A greve está complicando a minha vida. Estou com contas atrasadas e as filas estão enormes", reclamou. Em algumas agências, como a do Banco Safra da Avenida Marechal Deodoro, o acesso aos caixas automáticos foi impedido durante todo o dia.

Mesmo as agências beneficiadas pela Justiça com "interdito proibitório", instrumento obtido pelos bancos na Justiça, funcionaram com lentidão. O HSBC Palácio Avenida atendeu com cerca de 50 minutos de espera, pois apenas alguns gerentes estavam nos caixas. " Precisei esperar a boa vontade do gerente desligar o telefone e resolver meu problema", disse a ascensorista Jaqueline Boska. O sindicato calcula que 15 agências da capital tenham conseguido o instrumento judicial.

No interior, a paralisação mobilizou ontem cerca de 1,7 mil funcionários de 85 agências nas regiões de Apucarana, Cornélio Procópio, Londrina, Campo Mourão e Umuarama. Em Maringá, a adesão dos 1,3 mil funcionários foi de 30%, mas o sindicato local trabalha para alcançar 50% nos próximos dias. "Não estamos abastecendo os caixas eletrônicos com dinheiro", garante o presidente do sindicato, Luiz Carlos Pereira. "Por enquanto ainda dá para sacar, mas vai acabar". Oito agências da Caixa Econômica pararam, e a agência central agenda uma média de 600 atendimentos diários. "Acho isso uma vergonha", criticou o empresário Alan Angeli, que na sexta-feira precisou ir à cidade vizinha de Sarandi para fazer um pagamento.

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