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Fundos retomam vantagem sobre poupança

Com o novo aumento do juro básico hoje, para 10,75% ao ano, os fundos de renda fixa retomam vantagem sobre a poupança, que havia passado, em janeiro, a registrar rendimento maior que os fundos em mais situações de taxa de administração e prazo de resgate

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O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu, nesta quarta-feira (26) elevar a taxa básica de juros, a Selic, em 0,25 ponto porcentual que passará para 10,75% ao ano. Foi o oitavo aumento seguido.

A maior parte do mercado financeiro esperava um aumento de 0,25 pp, segundo pesquisa do AE Projeções, depois de seis altas consecutivas de 0,5 ponto. A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 01 e 02 de abril.

Força Sindical: governo "jogou a toalha"

A decisão não foi bem recebida pela Força Sindical. Em nota, a entidade afirma que essa alta "mostra que nós, trabalhadores, devemos intensificar as mobilizações para manter nossos empregos e garantir aumentos reais nas negociações das convenções coletivas. A alta irá prejudicar as categorias com datas-base no 1º semestre".

Segundo a Força Sindical, "ficou escancarado que o governo não tem repertório para tocar a política econômica, depois da oitava alta consecutiva da Selic". Cita, ainda, que o governo "reedita medidas do passado de uma forma errática e inexorável" e que "parece que a prioridade é a eleição".

"Entendemos que a inflação e seus efeitos são conhecidos, mas surpreende a reação diante dela. Os 20 anos de valorização cambial e os baixos investimentos (públicos e privados) são aspectos que agravaram o problema e deixam pouca margem em momentos turbulentos da economia. Basta olharmos para a indústria, setor mais dinâmico da economia, que estagnou e já reduz as ocupações no setor (-1,1%), o comércio varejista amargou o pior resultado em dez anos e o mês de dezembro que geralmente é o mês que as vendas crescem, decepcionou com queda de -0,2%", cita nota assinada pelo presidente da Força Sindical, Miguel Torres.

Segundo a Força Sindical, o atual governo "abandonou seu projeto desenvolvimentista, jogou a toalha". E traz críticas ao ministro da Fazenda, Guido Mantega. A Força Sindical diz que o ministro afirma que a "consolidação fiscal que viabiliza a sustentabilidade do crescimento econômico e contribui para o combate à inflação e que os instrumentos utilizados são a contenção de despesas de custeio e ampliação dos investimentos", mas corta R$ 7 bilhões de investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Indústria e comércio repercutem alta da Selic em 0,25 ponto percentual

Representantes da indústria, do comércio e de trabalhadores repercutem na noite de hoje a decisão do Banco Central. Abaixo, o que cada instituição falou:

Fiesp

Para a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), a nova alta vai prejudicar ainda mais a atividade econômica, que já está em enfraquecida. "Este novo aumento dos juros, embora menor que os anteriores, dificulta ainda mais a retomada", afirma Paulo Skaf, presidente da Fiesp e do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo).

A entidade afirma que não existem fatores que justifiquem o aumento, que onerará os cofres públicos, segundo a Fiesp, em R$ 5 bilhões de reais por ano para o pagamento dos juros.

Firjan

Em sentido oposto, a Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) apoiou a decisão do Copom. Segundo a instituição, foi "acertada a decisão do Copom de reduzir o ritmo de alta dos juros". A associação destacou o crescimento baixo do PIB e a expectativa de manutenção da inflação em patamares altos, e afirmou que a política fiscal para manter os preços sob controle "imporá custos por demasiado elevados ao País em termos de investimentos, produção e geração de empregos".

CNDL

A CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Logistas) afirmou que a nova alta reduzirá a capacidade de crescimento da economia brasileira e o consumo das famílias.

Para a entidade, apenas a alta de juros não será capaz de controlar a inflação, sendo também necessário o maior controle de gastos do governo.

"A elevação da Selic vai frear ainda mais o ritmo do crescimento do país e com impacto nocivo para a expansão do crédito e a geração de empregos", afirma Roque Pellizzaro Junior, presidente da CNDL.

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