Influenciado pela variação cambial superior a 7,54% no período, o Banco Central apresentou resultado negativo de R$ 12,5 bilhões no primeiro semestre. Em nota, o BC diz que a parcela referente à variação cambial deve ser avaliada no contexto da política de governo de redução da exposição do setor público a movimentos no câmbio. O BC lembra que a variação cambial afetou positivamente a dívida externa de responsabilidade do Tesouro Nacional.
"Esta política implica, entre outras ações, a acumulação de ativos atrelados à moeda estrangeira no balanço do Banco Central. Essa acumulação é feita não só para dotar o Banco Central de instrumentos para reforçar a capacidade de o país resistir a choques externos, mas também como forma de contrabalançar o impacto desses choques sobre o passivo cambial do governo federal, principalmente a dívida externa, contabilizada no Tesouro Nacional", diz a nota.
Segundo o BC, a política está sendo bem-sucedida em reduzir sensivelmente o impacto de variações na taxa de câmbio sobre o setor público. "No pico da sensibilidade da dívida às variações cambiais em setembro de 2002, por exemplo, cada 1% de desvalorização gerava um acréscimo de 0,34% do PIB na dívida pública líquida consolidada. Esta sensibilidade hoje em dia foi praticamente zerada, e, em junho de 2006, cada 1% de desvalorização levava a uma pequena redução da dívida pública, de cerca de 0,02% do PIB", diz o BC.
De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, o resultado negativo do Banco Central deve ser coberto pelo Tesouro Nacional até o 10º dia útil do ano subseqüente à data de aprovação do balanço, ou seja, até 15 de janeiro de 2007.



