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Os cerca de três mil clientes da única agência do Banco Mercantil do Brasil (BMB) na cidade de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, foram surpreendidos esta semana com a informação de que o banco vai fechar as portas definitivamente no dia 14 do próximo mês. Os oito funcionários do estabelecimento foram demitidos e, segundo o presidente do Sindicato dos Bancários de Ponta Grossa, Gilberto Leite, não foi oferecida a eles a possibilidade de transferência para alguma das cerca de 180 agências que o Mercantil do Brasil – sediado em Minas Gerais - mantém pelo país.

Por meio de nota, a assessoria do banco informa que os clientes estão recebendo orientações através de correspondências. O encerramento das atividades na cidade faz parte de um processo de reestruturação da rede de atendimento. A estratégia consiste em intensificar a atuação nos locais onde o BMB demonstra mais competitividade. Além da agência de Ponta Grossa, mais duas já foram fechadas em Itabuna (BA) e Santa Cruz do Sul (RS) e outras três também deverão ser fechadas nos próximos dias. No entanto, a assessoria não informou quais são as demais localidades.

A nota informa ainda que, em contrapartida, vai criar mais dez agências em locais que considera estratégicos. No entanto, também não informa quais são esses locais. "É uma medida injustificável. Prejudicou muitos clientes e principalmente os trabalhadores", afirma Leite, do Sindicato dos Bancários de Ponta Grossa. Segundo ele, a entidade está prestando auxílio jurídico para todos os empregados demitidos. "Três funcionários de outras agências do banco foram enviados à cidade para manter as atividades até a data do fechamento", complementa Leite.

O coordenador do curso de Gestão Bancária da Faculdade de Educação Superior do Paraná (FESP), Rodrigo Kremer, explica que o caso do BMB é parte de um fenômeno que ocorre há cerca de 20 anos entre as instituições bancárias. "Desde a criação do Plano Real [em 1994], os bancos mais focados nos clientes individuais – como é o caso do BMB – vêm tornando a sua atuação cada vez mais concentrada geograficamente ou em produtos específicos. Isso faz com que eles não percam tanto a competitividade em relação aos bancos mais voltados para as grandes empresas, que têm demonstrado uma tendência de expansão", analisa.

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