São Paulo Os bancos de médio porte estão abrindo capital na Bolsa para diversificar as alternativas de captação no mercado. Neste ano, três tiveram autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para a abertura e estimam conseguir cerca de R$ 1,882 bilhão. O primeiro a fazer a oferta foi o Banco Pine, em março, que pretende obter R$ 517,18 milhões na bolsa. Em abril, o Sofisa conseguiu a autorização que pode render R$ 518,95 milhões. No dia 11 de junho foi a vez do Paraná Banco, do grupo paranaense J. Malucelli, que estima receber R$ 846,72 milhões.
Na lista de espera, aguardando a análise da CVM, há outras sete instituições de médio porte. No ano passado, nenhum banco desse segmento abriu o capital na bolsa de valores.
Segundo o Banco Central, a possibilidade de esses bancos levantarem recursos aumenta caso a proposta de decreto da CVM sobre a participação estrangeiros no capital dos bancos, encaminhada ao presidente Lula na semana passada, seja encampada pelo governo. Segundo o BC, a medida busca oferecer maiores condições para os pequenos competirem no mercado.
Com cerca de 50% da carteira de crédito consignado do país, segundo dados da Associação Brasileira de Bancos (ABBC), os bancos médios apostam alto na concessão de crédito, o que demanda grande volume de recursos. Segundo a Standard&Poors, os pequenos e médios bancos têm 68% do "maket share dos consignados.
Por esse motivo eles estão diversificando as estratégias de captação, segundo a analista da Standard&Poors, Tamara Berenholc. "Esses bancos têm uma capacidade de geração de carteira muito boa, mas não captam recursos na mesma proporção. Os IPOs [oferta pública de ações, na sigla em inglês] são uma alternativa.
Estimulados pela busca pelo crédito e o potencial que esse tipo de operação ainda tem para crescer no país, os bancos médios optam por substituir as parcerias com grandes redes de varejo, financeiras e cessões de crédito pelos IPOs. Com isso, eles deixam de dividir o resultado das operações.
"O mercado está impondo um novo padrão de alavancagem aos bancos. As formas tradicionais não são as mais baratas, já que o investidor leva uma parte do 'spread' das operações, diz o presidente da ABBC, Renato Oliva.



