Os bancos gregos estão prontos para reabrirem suas agências em todo o país nesta segunda-feira (20), após três semanas fechados, disseram autoridades locais. A reabertura cautelosa das entidades financeiras e o aumento do imposto sobre valor agregado incidente nas refeições em restaurantes e no transporte público, que começa a valer no mesmo dia, visam restaurar a confiança dentro e fora da Grécia, após um acordo de ajuda em troca de reformas na semana passada ter evitado a falência do país.
O decreto assinado pelo governo no último sábado autoriza a volta do funcionamento das entidades financeiras, fechadas desde o dia 29 de junho para evitar o colapso do sistema bancário, devido ao aumento dos saques por causa da crise da dívida grega.
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, está tentando virar a página após ter aceitado negociar os termos de um terceiro resgate, permitindo que o Banco Central Europeu forneça linhas de crédito aos bancos, mas gerando uma rebelião em seu partido de esquerda, o Syriza.
“Os controles de capital e restrições de saques serão mantidos, mas estamos entrando em uma nova fase, que todos nós esperamos que seja de normalidade”, disse o chefe da associação de bancos da Grécia, Louka Katseli, à TV Skai.
Os correntistas gregos poderão sacar 420 euros por semana de uma vez, ao invés de 60 euros por dia. Na prática, o limite é o mesmo.
“Isso não é uma vida normal por isso temos que negociar rapidamente”, ressalta a chanceler alemã, Angela Merkel em entrevista à emissora pública alemã ARD. Ela pede que as negociações para um resgate do país sejam rápidas, para que Atenas possa suspender os limites a saques bancários.
Berlim, o maior contribuinte para resgates da zona do euro, fará o que pode para que as negociações sejam concluídas com sucesso, mas vai “negociar duro” para assegurar que Atenas cumpra os acordos, afirmou Merkel. “Isso certamente não vai ser fácil, porque há coisas que temos discutido com todos os governos gregos desde 2010 que nunca foram feitas, mas que foram feitas em outros países como Portugal e Irlanda.”
Eleições
A aceitação dos termos de resgate que permite que os bancos possam reabrir marca uma reviravolta para Tsipras depois de meses de negociações e um referendo que rejeitou um acordo menos rigoroso proposto pelos credores.
Ele demitiu rebeldes do partido na reforma do gabinete na sexta-feira e está buscando um rápido início das negociações sobre um acordo de resgate com parceiros europeus e o Fundo Monetário Internacional (FMI) antes das eleições, que devem ocorrer em setembro ou outubro, segundo o ministro do Interior, Nikos Voutsis.
Mas, enquanto as pesquisas de opinião sugerem que a popularidade do primeiro-ministro continua alta, nas ruas de Atenas alguns estão céticos de que a reabertura dos bancos irá mudar muito o país atingido pela recessão e com uma taxa de desemprego de 25%.
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