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Diante da demanda aquecida, a produtora Flávia Salarini vai  organizar o Urbano Bazar a cada 15 dias a partir de julho: sucesso de vendas. | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Diante da demanda aquecida, a produtora Flávia Salarini vai organizar o Urbano Bazar a cada 15 dias a partir de julho: sucesso de vendas.| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

A palavra bazar parece mágica aos ouvidos de consumidores atentos. E também está no vocabulário de quem tenta driblar a crise. Reunir expositores em um mesmo ambiente para venda de produtos de qualidade a preços convidativos tem sido a saída para superar vendas magras e contornar os custos altos de um ponto fixo.

A volta do mundo mix

Vinte e um anos depois do lançamento do Mercado Mundo Mix, em que abriu espaço para a produção de moda, acessórios, objetos de decoração, música e estilo de vida alternativos, Beto Lago retoma a produção do evento no Brasil, depois de dez anos em Portugal. Em novo modelo, a feira agora é diurna, realizada a cada edição em um novo espaço – de preferência em lugares públicos subutilizados – , sem cobrança de entrada. São Paulo e Campinas já receberam a reestreia do evento, marcado para em outubro também em Curitiba. Um espaço de 2x2,5m no Mundo Mix custa R$ 600 por dois dias.

Para a clientela, é a oportunidade de pagar menos por grifes famosas ou conhecer marcas autorais diretamente do produtor, sem intermediários. Em outra ponta, estão os organizadores dos eventos, cada vez mais atentos à rentabilidade do modelo que ocupa quase todos os fins de semana, especialmente em Curitiba.

Nos últimos meses, o ritmo de bazares e feiras aumentou nos grandes centros urbanos. Para o empresário Beto Lago, criador do Mercado Mundo Mix (MMM), pioneiro em eventos de arte, cultura e moda alternativa, lançado em 1994, feiras e bazares retornaram às agendas por causa dos custos de manutenção de uma loja física fixa e do estrangulamento das vendas on-line.

Eventos também abrem espaço para marcas famosas

Bazares são oportunidades para bons negócios, mas é preciso comparar preços no mercado para poder avaliar as ofertas. A dica é do coordenador do núcleo de inovação e empreendedorismo da FAE, Samir Bazzi.

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Empreendedoras expõem e organizam as próprias feiras

Pati Castilho e Meroly Felizardo são exemplos que quem atua dos dois lados da barraca. Ambas expõem em feiras e bazares realizados em Curitiba, mas não abrem mão de promover eventos próprios. Pati é restauradora e faz pinturas em estilo provençal. Declara-se ‘bazarenta’, depois que começou a participar de feiras por insistência da amiga Adriana de Lucca, a Russa, com quem agora divide a organização do Rupah Bazar.

“É importante para o artesão sair do atelier, ver gente, fazer negócios e trocar experiências”, diz. Como expositora, fica atenta ao perfil do público para quem o evento é dirigido e segue critérios para realizar o Rupah. Clima, localização, divulgação e período do mês que os bazares ocorrem são determinantes para seu sucesso. “Uma ação social também ajuda a agregar público e produtores”, diz.

O Emporium Handmade, organizado por Meroly, também tem um crivo rígido para ser realizado, duas vezes ao ano. Na última edição, 60 marcas participaram do evento e outras 30 ficaram de fora. “A cada edição, aumentamos pela chegada de novos expositores. O objetivo é fazer o evento com prioridade para as vendas dos produtores”, diz.

“A carga tributária e a legislação trabalhista inviabilizam a formalização de um negócio off-line convencional. E quem está na internet precisa de uma vitrine física para expor seus produtos, para entrar em contato com seu cliente. Os bazares promovem esse encontro”, diz.

O modelo do Mundo Mix tem sido replicado em ações com a mesma inspiração em Curitiba. Coletivos de empreendedores criativos têm apostado nos bazares para mostrar produtos e dar visibilidade à produção autoral de roupas, calçados, acessórios, decoração e gastronomia, entre outros segmentos.

A Arca Criativa, idealizada por Patrick Sasson, realiza duas edições por ano para expor a produção dos integrantes da casa de cultura e arte, além de convidados. O Piwe Bazar tem mais de 50 expositores que se revezam durante os eventos. “O bazar ajuda a cobrir despesas da Arca, mas é, principalmente, a vitrine dos empreendedores”, diz Fasson.

O cuidado com a curadoria dos expositores é a marca registrada de outras organizações, como o Urbano Bazar, Atmosfera Criativa, Rupah Bazar e Emporium Handmade, para citar alguns dos eventos já com agenda consolidada na cidade. A maior preocupação é peneirar os participantes, selecionando produtos autorais e delineados de acordo com o perfil dos frequentadores.

A produtora Flávia Salarini, de 35 anos, começou com o Urbano em 2011, com duas ou três edições por ano. A partir de julho, será quinzenal. Além de estimular a atividade produtiva local, organizar o bazar tem sido uma forma de manter-se no mercado de trabalho e flexibilizar a rotina com os filhos de 6 e 4 anos. “Esse também é o perfil de muitos expositores”, diz.

Motivação

Ampliar a clientela e extrapolar as vendas realizadas pelas mídias sociais foram as principais motivações para empreendedora Mayara Costa Wal organizar o Atmosfera Criativa, juntamente com outras amigas das marcas que compõem o coletivo Atmosfera 935. “A feira também ajuda a divulgar os produtos e estimula as vendas na internet”, explica.

Outro exemplo de que o movimento das demandas via on-line exige o espaço físico é o Mercado Cigano, organizado nos primeiros sábados do mês pela Laffayetteria, brechó, galeria e antiguidades.

A dificuldade para fazer trocas no grupo coordenado por Amanda Laffayette inspirou o evento, realizado no último sábado (6). “Cada um traz o que quer trocar ou vender e assume a responsabilidade pela exposição e preço. Não precisa ser produtor nem lojista. O resultado foi muito positivo, tanto que ficamos com peças na lojas em consignação”, conta.

Agenda

Confira onde serão os próximos eventos:

Piwe Bazar

Arca Criativa, 13 e 14 de junho, Rua Flavio Dallegrave, 2661.

Urbano Bazar

11 e 12 e 25 e 26 de julho. Espaço Galeria Cult. Rua Claudino dos Santos, 72. Largo da Ordem.

Mercado Cigano

Primeiro sábado do mês, na Lafayaterria, Rua Visconte do Rio Branco, 1070.

Moda do Bem

11 e 12 de julho, Buffet du Batel, Al. Dom Pedro II, 241.

2Get Sale

20 e 21 de junho, em Londrina, Espaço Thá.

Ladies Only

8 de agosto, no Espaço Torres, e 11 e 12 de dezembro, no Castelo do Batel.

Emporium Handmade

14 e 15 de novembro, Clube dos Subtenentes. Rua Comendador Fontana, 57.

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