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| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Conforme amplamente esperado pelo mercado, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa Selic em 6,5% ao ano, no menor patamar histórico em que foi colocada em março deste ano. De 43 estimativas coletadas pela Bloomberg, apenas duas previam alta nesta reunião, para 6,75%. Com isso, a tradicional comparação da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) entre a poupança e fundos de investimento formados principalmente por títulos públicos aponta para uma rentabilidade melhor na primeira aplicação na maioria dos casos. Isso não quer dizer, porém, que aplicar na poupança seja uma boa ideia. A comparação é só um lembrete de quanto a renda fica se tornou menos atraente com o ciclo de redução dos juros.

Na economia, o atual patamar da taxa Selic é considerado expansionista, capaz de estimular a economia brasileira, que tem dificuldades de se recuperar após a crise econômica iniciada em 2014. Analistas destacaram que a inflação passou a se acelerar de forma mais rápida que o esperado nos últimos meses, mas o movimento deve se arrefecer a partir de novembro.

Em 12 meses até setembro, o IPCA (indicador oficial de inflação do país) alcançou 4,53%, próximo do centro da meta, que é de 4,5%. A alta foi puxada pela subida dos preços dos combustíveis.

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Havia a preocupação com a valorização do dólar, que chegou a alcançar os R$ 4,20 durante o mês de setembro. O desenrolar da disputa eleitoral com a vitória do candidato considerado pró-mercado fez a moeda americana voltar ao nível de R$ 3,70, o que diminuiu a expectativa de repasse para os preços.

O Banco Central vinha afirmando que o grau de repasse cambial ao aumento de preços deveria ser atenuado pela ancoragem das expectativas de inflação, atividade econômica fraca e ociosidade das empresas, e que só reagiria com alta dos juros caso visse piora no cenário para a inflação.

Em relatório, o BTG Pactual ressaltou que a pressão sob a inflação deveria se dissipar em breve. “Também é importante mencionar que a pressão sobre os combustíveis deve ser revertida em breve pelo fortalecimento do câmbio e pela queda nos preços do petróleo”, escreveu o banco.

A expectativa do mercado financeiro é de que a taxa volte a um patamar neutro para a economia, 8% ao ano, ao final de 2019.

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Poupança versus fundos

A Anefac estima o rendimento mensal da poupança em 0,37% no cenário atual. Pelas contas da associação, fundos de investimentos tem um rendimento superior às contas da poupança apenas quando suas taxas de administração são inferiores a 0,5% ao ano, independentemente do prazo de resgate.

Os fundos ganham também da poupança quando têm taxas de 1%, exceto se o resgate for em até seis meses, caso em que as rentabilidades são equivalentes. A poupança empata com fundos com taxa de administração de 1,5% se o resgate for feito entre um e dois anos, mas perde para resgates nessa situação acima de dois anos.

A comparação, no entanto, não é um incentivo para que o investidor brasileiro continue a apostar na velha poupança. É, na verdade, apenas um lembrete de que para conseguir ganhos maiores nesse cenário é preciso sair da passividade, buscar ativos com menor custo e maior rentabilidade. Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), segundo o analista-chefe da Rico e colunista da Gazeta do Povo, Roberto Indech, é um bom começo para quem tem um perfil mais conservador.

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