Com inflação em alta e recessão maior, o Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) estável em 14,25% ao ano. A decisão, tomada na noite desta quarta-feira (2) pela autoridade monetária, não foi unânime: seis diretores votaram a favor da manutenção e dois pela elevação da taxa.
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Desde julho do ano passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) não altera a política de controle de preços no país. Na prática, essa é a quinta reunião consecutiva em que a taxa permanece inalterada.
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Leia a matéria completaApesar de a inflação oficial, o Índices de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumular uma alta de 10,84% nos últimos 12 meses (muito acima do teto da meta de 6,5% para este ano), os diretores do BC julgaram que não há espaço para mais aperto nos juros por causa da crise econômica.
Seis membros do Copom votaram pela manutenção da taxa (Alexandre Tombini, Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Luiz Edson Feltrim e Otávio Ribeiro Damaso), enquanto dois (Sidnei Corrêa Marques e Tony Volpon) optaram por um aumento para 14,75% ao ano.
No início do ano, o Copom até sinalizou que apertaria a política monetária. Apenas um dia antes da reunião do colegiado em janeiro, o presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini, soltou um comunicado nada convencional para comentar previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI). Era um pretexto para avisar que o plano de voo tinha mudado e que não haveria alta dos juros.
Depois disso, em entrevista à colunista dos jornais O Globo e Gazeta do Povo Miriam Leitão, ele disse que ainda é cedo para cortar a taxa básica, mas os economistas do mercado financeiro trabalham com queda da Selic no segundo semestre deste ano, quando a inflação começar a mostrar índices melhores.
Com um cenário pior de crise econômica, os analistas diminuíram suas previsões para o IPCA em 2016. De acordo com a pesquisa semanal que o Banco Central faz com as principais instituições financeiras, a expectativa passou de 7,62% para 7,57% no início desta semana. Foi a primeira queda em 12 semanas. É um efeito do desligamento de termelétricas e de baixa na conta de luz.
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