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política econômica

BC ouve do mercado que crise terá efeito limitado na inflação

Perspectivas de crescimento econômico do país, mesmo com as turbulências externas, continuam robustas

Economistas do mercado financeiro transmitiram nesta segunda-feira ao diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Carlos Hamilton, avaliação de que a piora do cenário externo terá efeito limitado sobre a inflação brasileira.

Segundo três economistas que participaram de reunião fechada, realizada em São Paulo, a percepção da maioria dos que se manifestaram no encontro foi de que a desaceleração que tende a acontecer no Brasil por conta do desaquecimento global é relativamente pequena --e não justificaria uma queda dos juros.

"A questão da Europa ainda preocupa, mas ninguém está trabalhando com cenário de um novo Lehman Brothers", afirmou à Reuters um dos participantes da reunião. "O menor crescimento global não seria suficiente para fazer com que a inflação convirja à meta no ano que vem."

Os analistas entendem ainda que o mercado interno continua aquecido, sobretudo pelo lado de serviços, onde há pressão inflacionária. As perspectivas de crescimento econômico do país, mesmo com as turbulências externas, continuam robustas: no encontro, falou-se entre 3,5 e 4 por cento neste ano e em torno de 3,5 por cento em 2012.

"Do lado doméstico, a desaceleração (econômica) que tende a acontecer é muito pequena", afirmou um outro economista que também participou da reunião.

O BC promove reuniões regulares com representantes do mercado financeiro para colher impressões sobre o ritmo da atividade econômica, da inflação e do cenário externo. Nos encontros, os representantes da autoridade monetária fala pouco e os economistas são estimulados a fazer suas avaliações sobre a economia.

Na reunião desta segunda-feira, pelo menos um economista manifestou, ainda, preocupação com o cenário fiscal de 2012. A avaliação é que as obras relacionadas à Copa do Mundo e a base política fragmentada do governo da presidente Dilma Rousseff imporão pressão sobre os gastos, ameaçando o cumprimento de um superávit primário --economia feita para pagamento de juros-- próximo a 3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

O mercado financeiro reduziu pela segunda semana consecutiva sua estimativa para a inflação, segundo a sondagem Focus divulgada pelo BC nesta segunda-feira. A previsão para o IPCA (índice de inflação ao consumidor) este ano caiu de 6,28 por cento para 6,26 por cento, e a do próximo passou de 5,27 por cento para 5,23 por cento.

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