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Entidades divergem sobre alta da Selic

Enquanto a FecomercioSP comemorou a alta dos juros, afirmando que a o risco de alta da inflação não foi eliminado, as indústrias fluminenses uma federação de trabalhadores desaprovaram a medida.

Veja a repercussão da decisão do BC

Em decisão que surpreendeu boa parte do mercado financeiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica de juros em 0,25 ponto porcentual na noite desta quarta-feira (29). Com isso, a taxa Selic – que serve de referência para grande parte dos empréstimos – subiu de 11% para 11,25% ao ano. A maioria dos analistas esperava uma manutenção da taxa em 11% ao ano. A decisão do Copom – que costuma ser unânime – foi dividida desta vez. Cinco diretores do Banco Central votaram pela alta da taxa e três, pela manutenção.

A nota divulgada pelo Copom afirma que "para o Comitê, desde sua última reunião, entre outros fatores, a intensificação dos ajustes de preços relativos na economia tornou o balanço de riscos para a inflação menos favorável. À vista disso, o Comitê considerou oportuno ajustar as condições monetárias de modo a garantir, a um custo menor, a prevalência de um cenário mais benigno para a inflação em 2015 e 2016".

Em outras palavras, o comitê optou por elevar os juros agora de forma a trazer a inflação um pouco mais rápido em direção à meta. No período de 12 meses encerrado em setembro, o IPCA acumulou alta de 6,75%, acima do teto da meta, de 6,50%. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, o IPCA deverá desacelerar nos próximos meses e encerrar 2014 em 6,45%.

Segundo o comunicado, votaram pela elevação da taxa os seguintes membros do Comitê: Alexandre Antonio Tombini (Presidente), Aldo Luiz Mendes, Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo e Sidnei Corrêa Marques. Os diretores Altamir Lopes, Luiz Awazu Pereira da Silva e Luiz Edson Feltrim, por sua vez, votaram pela estabilidade.

Histórico

Desde dezembro de 2011, a taxa passou a ser reduzida sucessivamente pelo Copom até atingir 7,25% ao ano em outubro de 2012, o menor patamar da história. A Selic foi mantida nesse nível até abril do ano passado, quando o Copom iniciou um novo ciclo de alta nos juros básicos para conter a inflação. Desde abril de 2014, a taxa estava em 11% ao ano.

A taxa Selic é o principal instrumento do BC para manter a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), dentro da meta estabelecida pela equipe econômica. De acordo com o Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação corresponde a 4,5% (centro da meta), com margem de tolerância de 2 pontos percentuais, podendo variar entre 2,5% (piso da meta) e 6,5% (teto da meta).

Por outro lado, o aumento da taxa Selic prejudica o reaquecimento da economia, que cresceu 2,5% no ano passado e ainda está sob o efeito de estímulos do governo, como desonerações e crédito barato. De acordo com o Focus, os analistas econômicos projetam crescimento de apenas 0,27% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014. Oficialmente, o governo prevê expansão de 0,9%.

A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la, o Banco Central contém o excesso de demanda, que se reflete no aumento de preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.

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