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O Banco Central Europeu (BCE) agiu para aliviar a recessão econômica e evitar uma escassez de crédito na zona do euro, reduzindo a taxa básica de juros e oferecendo aos bancos financiamento de longo prazo. Mas a instituição esfriou esperanças de que possa haver uma ação dramática contra a crise.

O presidente do BCE, Mario Draghi, desencorajou expectativas de que o banco possa aumentar muito a compra de bônus governamentais se os líderes da União Europeia concordarem em medidas para buscar uma coordenação fiscal maior durante a cúpula em Bruxelas.

Ele disse que o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (EFSF) deveria continuar sendo a principal ferramenta para combater o contágio dos mercados de bônus, apesar de seus limites de alavancagem.

Draghi acrescentou que é ilegal para o BCE ou outros BCs nacionais emprestar dinheiro ao Fundo Monetário Internacional (FMI) com o objetivo de comprar bônus da zona do euro, parecendo vetar uma opção anticrise em cogitação.

Para fazer contraponto a isso, ele anunciou uma medida inédita para ajudar os bancos em dificuldade da Europa, oferecendo liquidez de três anos e regras menos duras para empréstimos, também cortando o juro básico para uma mínima recorde.

O euro e as bolsas de valores da Europa ampliaram as perdas após o anúncio do BCE. Com os mercados cada vez mais convencidos de que apenas o BCE tem o poder de proteger a zona do euro, as atenções saíram das medidas anunciadas e se concentraram no que Draghi não fez.

O BCE reduziu o juro básico em 0,25 ponto, para 1 por cento, e sinalizou uma chance grande de recessão no ano que vem. Draghi admitiu que os formuladores de política monetária divergiram mesmo sobre essa decisão.

"As tensões intensificadas do mercado financeiro continuam prejudicando a atividade econômica na área do euro e a perspectiva permanece sujeita a alta incerteza e a riscos negativos substanciais", disse ele a jornalistas.

O presidente do BCE dissera na semana passada que "outras medidas" poderiam vir se os líderes da zona do euro concordassem em uma nova coordenação fiscal, mas afirmou nesta quinta-feira que seus comentários foram interpretados erroneamente, como se sugerissem que o BCE poderia aumentar as compras de bônus.

"Eu fiquei surpreso com o sentido implícito que foi dado", disse Draghi, sem oferecer uma interpretação alternativa.

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