O atraso no cronograma de importantes projetos, que ajudou a calibrar os resultados da BM&FBovespa no primeiro trimestre, também deve levar a companhia a reduzir seus investimentos previstos para 2010.
O orçamento atual de gastos para o ano, de R$ 550 milhões, deve ser reduzido em cerca de 5%, incluindo uma diminuição de 10% nos R$ 302 milhões previstos com investimentos, disse nesta quarta-feira o presidente-executivo da empresa, Edemir Pinto, em teleconferência com jornalistas.
"Estamos mantendo todos os projetos orçados para 2010, mas a implantação não ocorreu na velocidade prevista", afirmou.
As despesas operacionais de janeiro a março somaram R$ 136,6 milhões, montante 8,2% menor do que o do mesmo intervalo de 2009.
Um dos atrasos deve-se à lentidão em trâmites legais relacionados ao acordo com o CME Group, firmado em fevereiro. A parceria envolve um aporte de R$ 620 milhões da BM&FBovespa no CME para elevar sua participação no capital total da CME de 1,8 para 5%.
"Os pagamentos que estavam previstos para acontecer no primeiro trimestre foram adiados", explicou Edemir. Ele informou que o pagamento da operação deve ser feito por meio da emissão de uma dívida no exterior equivalente a 100% do montante.
Outro atraso no cronograma aconteceu com a montagem de um novo Datacenter, que também estava prevista para acontecer no primeiro trimestre. Além disso, explicou o executivo, a empresa obteve redução de custos na compra de equipamentos de tecnologia, devido à maior concorrência entre os fornecedores.
A companhia anunciou na terça-feira à noite que teve lucro líquido de R$ 282,6 milhões de janeiro a março, uma alta de 24% ante igual período do ano passado. O ganho deveu-se também ao salto de 45% da receita líquida, para R$ 459,1 milhões, devido ao maior volume diário de negócios na bolsa.



