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O presidente boliviano, Evo Morales, coordenou nesta terça-feira a cerimônia em que a petroleira estatal YPFB assumiu das duas refinarias adquiridas da Petrobras, em uma das mais aguardadas etapas da nacionalização petrolífera iniciada na Bolívia há pouco mais de um ano.

A posse física das duas pequenas, porém estratégicas, refinarias ocorreu 15 dias após a YPFB pagar a primeira das duas cotas de 56 milhões de dólares e um dia depois da Petrobras obter a renovação do seguro das instalações com uma filial do Zurich Financial Services Group.

"Hoje, graças à vontade do povo boliviano (...), à nacionalização e vontade do presidente Evo Morales Ayma, conseguimos retomar o que nunca deveria ter sido transferido, nossas refinarias", disse o presidente da petrolífera boliviana, Guillermo Aruquipa.

O governo anunciou que um ato semelhante acontecerá antes do meio-dia (hora local) em uma refinaria localizada na cidade central de Cochabamba.

As refinarias que pertenciam à Petrobras possuem, somadas, capacidade para processar 40 mil barris de petróleo e abastecem quase que inteiramente o mercado boliviano de combustíveis e outros derivados.

Elas foram vendidas à petrolífera brasileira por 104 milhões de dólares, no apogeu de um processo de privatização que Morales começou a reverter com o decreto de nacionalização em maio de 2006, que renovou o controle estatal sobre a produção, a industrialização e a comercialização de hidrocarbonetos.

Desta forma, a YPFB torna-se proprietária de toda a produção de petróleo e gás e as companhias estrangeiras são prestadoras de serviços, em troca de uma remuneração equivalente a cerca de 20 por cento do valor do produto, segundo informes oficiais.

Atualmente, a YPFB gerencia quase por completo uma indústria de hidrocarbonetos centrada em exportação de gás para a Argentina e o Brasil, que gerou neste ano um valor de aproximadamente 2 bilhões de dólares.

Décio Odone, gerente-executivo da Petrobras para o Cone Sul, disse a repórteres no Rio de Janeiro que a companhia não perdeu dinheiro no acordo porque as refinarias tiveram um lucro acumulado de 139 milhões de dólares durante os anos.

Ele acrescentou que a Petrobras não tem planos de fazer novos investimentos na Bolívia no momento.

A companhia está estudando a possibilidade de retomar investimento na exploração e produção, mas decisões de investimento vão depender da demanda do Brasil por gás natural, disse Odone.

"As condições de investimento mudaram muito, evidentemente para pior, mas isso não significa que investimentos são inviáveis".

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