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Dólar teve alta nessa segunda

Seguindo a tendência de cautela ditada pelo mercado chinês e pelas pesquisas eleitorais no Brasil, o dólar se valorizou ante o real nesta segunda (22). Referência nas transações de comércio exterior, o dólar comercial chegou a bater R$ 2,40 durante o pregão, mas encerrou com alta de 0,88%, a R$ 2,394, seu maior nível desde 18 de fevereiro deste ano.

Já o dólar a vista, utilizado em operações do mercado financeiro, subiu 0,61% a R$ 2,391, em seu maior patamar desde o dia 13 de fevereiro."Dizem que [a alta] é em relação à China e aos dados que vão sair", afirma Reginaldo Siaca, superintendente de câmbio da Advanced Corretora. O economista se refere ao índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) preliminar da indústria da China.

Segundo Araújo, da Um Investimentos, o mercado financeiro espera que o PMI tenha resultado de 50 pontos. O número indicaria estabilidade no setor industrial, mas significaria também uma desaceleração em relação ao mês anterior, quando o resultado foi de 50,2 pontos.

No PMI, números acima de 50 demonstram uma expectativa dos gerentes de que o setor está crescendo, enquanto dados abaixo desta referência sinalizam para uma possível contração. O índice será divulgado ainda nesta segunda, às 22h45, no horário de Brasília.

Nesta segunda (22), o Banco Central deu continuidade ao seu programa diário de intervenção no mercado de câmbio. A autoridade monetária negociou 4 mil contratos de swap, que equivalem a uma venda futura de dólares, com vencimento em junho de 2015, no valor de US$ 198,3 milhões. O BC também ofertou contratos para setembro do ano que vem, mas não vendeu nenhum.O BC também rolou o vencimento de 6 mil contratos de swap para agosto e outubro de 2015, em operação que somou US$ 296,3 milhões.

A preocupação dos investidores com a desaceleração econômica da China derrubou os mercados financeiros ao redor do mundo nesta segunda-feira (22). A Bolsa de Valores brasileira, que também foi afetada pela especulação eleitoral, não foi exceção e encerrou o dia no vermelho. O Ibovespa, seu principal índice, teve retração de 1,68%, a 56.818 pontos. Trata-se do menor nível desde o dia 15 de agosto, quando a Bolsa teve alta de 2,12%, impulsionada pela incerteza eleitoral decorrente da morte do candidato Eduardo Campos (PSB).

A queda foi puxada pela desvalorização da Vale e de estatais como a Petrobras e o Banco do Brasil. A mineradora foi impactada pela declaração do ministro das Finanças chinês, Lou Jiwei, de que não alteraria dramaticamente a política econômica do país em virtude do mau resultado de um indicador. O pronunciamento esfriou as expectativas dos investidores que esperavam novos estímulos à economia chinesa. "A declaração acabou fazendo com que o mercado ficasse um pouco mais cauteloso e isso impactou as ações da Vale e das empresas de siderurgia", afirma William Araújo, executivo da equipe de análises da Um Investimentos.

Além disso, a Vale também foi impactada por uma nova redução nos preços do minério de ferro na China. O preço do produto com entrega imediata ficou abaixo dos US$ 80 pela primeira vez em cinco anos, cotado a US$ 79,80. No ano, a desvalorização do minério de ferro já chega a 41%.Como resultado, as ações ordinárias da empresa, que dão direito a voto, caíram 3,67% (a R$ 27,28), enquanto os papéis preferenciais, de maior liquidez, retrocederam 4,13%, para R$ 23,87.

Já as companhias estatais sofreram perdas com as especulações do mercado financeiro sobre a pesquisa Vox Populi, que mediu a intenção de voto dos eleitores durante o fim de semana. A divulgação do resultado deve ocorrer ainda nesta segunda.

Investidores apostam que a pesquisa trará um novo avanço da presidente Dilma Rousseff (PT), ao mesmo tempo em que acirra a disputa entre Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) pela segunda colocação.O mercado financeiro acredita que os principais candidatos de oposição adotariam uma gestão menos intervencionista nas companhias estatais. Logo, uma alta de Dilma Rousseff nas pesquisas diminui o apetite dos investidores por papéis dessas empresas.

Por causa desse movimento, as ações ordinárias da Petrobras caíram 2,26%, negociadas a R$ 19,40. Os papéis preferenciais recuaram 1,53%, a R$ 20,59. O Banco do Brasil e a Eletrobras também registraram queda nas suas ações ordinárias.

Na contramão

A TIM foi uma das poucas empresas a ter ganhos no pregão desta segunda-feira. "Um dos principais motivos seria a possibilidade de consolidação do setor de telecomunicações", diz Araújo. Os papéis da companhia subiram 0,90%, negociados a R$ 13,50.

O banco Santander também encerrou o dia em alta, de 0,8%, com ações cotadas a R$ 16,30. Para Araújo, a valorização está relacionada ao programa de recompra de ações do Santander Brasil, implementado pela matriz espanhola. A operação deve ocorrer em outubro.

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