São Paulo A semana começou com os investidores cautelosos, devido à reunião do comitê do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), que anunciará hoje como fica a taxa básica do país. Baixas foram registradas nas principais bolsas. Na Bovespa, o dia foi de perdas moderadas terminou o pregão com recuo de 0,60%. O dólar teve alta de 1,11%, vendido a R$ 1,921.
O cenário foi mais tenso na Europa, onde o mercado londrino refletiu os temores com os problemas enfrentados pela Northern Rock, empresa do ramo de crédito habitacional. A empresa teve de solicitar, na última sexta-feira, ajuda emergencial oferecida pelo banco central da Inglaterra.
A Bolsa de Londres terminou o dia com perdas de 1,69%. Em Paris, a baixa foi de 1,80%. Em Nova Iorque, houve queda de 0,29% no índice Dow Jones, que reúne as ações mais negociadas. A Nasdaq recuou 0,79%.
A informação de que clientes do Northern Rock fizeram fila para sacar recursos da instituição piorou o humor do mercado. Teme-se que outras instituições européias demonstrem estar com dificuldades em decorrência da crise iniciada no setor de hipotecas de alto risco dos EUA no fim de julho.
Para colaborar com o dia fraco no mercado global, o ex-presidente do Fed Alan Greenspan, que está lançando livro, demonstrou estar pessimista com a evolução da economia americana, além de afirmar que os reflexos da crise imobiliária na economia ainda são incertos.
Hoje o Fed realizará sua reunião periódica para definir a taxa básica americana, que está em 5,25% anuais. A expectativa que predomina no mercado internacional é a de que a taxa seja reduzida em 0,25 ponto, para 5%. Há também uma parcela de investidores que conta com uma queda de 0,50 ponto. Assim, se os juros americanos foram mantidos, são grandes as chances de os mercados acionários sofrerem perdas pelo mundo.
A nota que os dirigentes do Fed emitirão após o encontro, comentando sua decisão, também pode mexer com o humor dos mercados.
Em Nova Iorque, o barril de petróleo bateu novo recorde, voltando a superar a barreira dos US$ 80. No contrato que vence em outubro, o barril marcou US$ 80,57. Juro menor pode impulsionar a atividade econômica e o consumo de combustíveis, daí a alta.
Previsões
Completando cinco semanas consecutivas de alta, a projeção do mercado financeiro para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2007 aumentou de 3,99% para 4,01% na pesquisa Focus divulgada ontem pelo Banco Central (BC). Foi a primeira vez , desde o início de fevereiro, que a previsão coletada entre um grupo de 100 analistas de mercado ultrapassou a marca dos 4%.
Com a expectativa de inflação maior, aumenta a probabilidade de que o Banco Central interrompa de vez o processo de queda na taxa básica de juros, a Selic. Na pesquisa Focus, no entanto, a projeção para os juros ainda embute a expectativa de novo corte de 0,25 ponto porcentual na reunião do Copom dos dias 16 e 17 de outubro. Depois disso, a taxa ficaria estável em 11% até junho do próximo ano, quando cairia para 10,75%.



