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Efeito Trump

Bolsas globais se recuperam após tarifaço de Trump, mas China ainda preocupa

Bolsa de Valores
Mercado financeiro mundial opera em alta nesta terça (8) após sinalização de acordos com EUA. (Foto: Gustavo Scatena/divulgação B3)

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Após três dias de quedas intensas que apagaram trilhões de dólares do valor de mercado das ações globais, os mercados financeiros internacionais registraram alívio nesta terça (8), com sinais de recuperação nos principais índices e expectativa de que o presidente norte-americano Donald Trump pode rever parte das tarifas comerciais mais agressivas impostas na semana passada.

A Ásia puxou a recuperação com destaque para o índice Nikkei, do Japão, que avançou 6% e recuperou parte das perdas acumuladas na segunda (7). A reação positiva ocorreu após o anúncio de que o secretário Scott Bessent, do Tesouro dos Estados Unidos, conduzirá as negociações comerciais com Tóquio.

Na Europa, os principais mercados também operaram em alta. As bolsas de Londres, Paris e Frankfurt registraram ganhos superiores a 1% cada, afastando-se das mínimas de 14 meses atingidas um dia antes.

“Temos muitos países que estão vindo para negociar acordos conosco, e serão acordos justos. E, em certos casos, eles pagarão tarifas substanciais”, disse Trump.

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Há a expectativa de que o mercado brasileiro também reaja nesta terça (8) após um dia difícil em que o Ibovespa (o principal índice da B3, a Bolsa de Valores de São Paulo) despencou 1,31% e o dólar disparou a R$ 5,911, com uma alta de 1,29%.

Os futuros de ações nos Estados Unidos indicam uma abertura positiva para Wall Street, às 10h30, após as ações norte-americanas caírem ao menor nível em mais de um ano. A recuperação parcial sugere um início de estabilização, embora investidores ainda mantenham postura cautelosa.

Apesar da recuperação, o clima entre analistas e investidores ainda é de prudência. A expectativa gira em torno de uma possível revisão nas políticas tarifárias dos Estados Unidos, o que poderia reduzir a tensão no comércio global e trazer maior estabilidade ao ambiente financeiro internacional.

A Comissão Europeia, por exemplo, cedeu às pressões e deve oferecer um acordo tarifário “zero por zero” para evitar uma guerra comercial em determinados produtos. Por outro lado, impôs uma taxação de 25% sobre algumas importações dos Estados Unidos, como diamantes, fio dental, salsichas, nozes e soja.

O fator China

Outro ponto de cautela do mercado é a possibilidade da China rebater a ameaça feita por Trump na segunda (7) de impor uma tarifa adicional de 50% em resposta à retaliação de 34% anunciada pelos chineses na semana passada. O prazo vence às 13h.

“Se a China não retirar seu aumento de 34% acima de seus abusos comerciais de longo prazo até amanhã, 8 de abril de 2025, os Estados Unidos imporão Tarifas adicionais à China de 50%, com efeito em 9 de abril”, escreveu Trump em uma rede social na segunda (7).

A China, no entanto, deu sinais de que vai “revidar até o fim” se Trump insistir na taxação adicional. Em uma entrevista coletiva nesta madrugada, o ministro Wang Yi, das Relações Internacionais, considerou a ameaça como “um erro sobre o outro” que “expõe mais uma vez a natureza de chantagem dos Estados Unidos”.

“Guerras comerciais e guerras tarifárias não têm vencedores, e o protecionismo não tem saída. [...] A China nunca aceitará isso. Se os EUA insistirem em seguir por esse caminho, a China lutará até o fim”, completou.

Ele emendou afirmando que “as contramedidas tomadas pela China visam salvaguardar sua soberania, segurança e interesses de desenvolvimento, além de manter a ordem normal do comércio internacional. Elas são completamente legítimas”.

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