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Mercado financeiro

Bovespa cai 5% com dados negativos nos EUA e pessimismo interno

Projeções indicaram crescimento mais baixo do Brasil em 2009

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrou uma forte queda nesta segunda-feira (1º), em meio ao pessimismo com a divulgação de novos números sobre a economia americana e previsões de crescimento mais baixo para o Brasil em 2009.

Ao final do dia, o principal indicador da bolsa, o Ibovespa, teve um recuo de 5,07%, aos 34.740 pontos. As perdas foram lideradas pelas empresas ligadas às commodities, cujos preços tiveram queda no mercado internacional. Tanto a Petrobras quanto a Vale tiveram queda superior a 7% nos seus papéis.

No dia, o mercado repercutiu o anúncio de um estudo que mostrou que os Estados Unidos estão em recessão desde dezembro de 2007, segundo relatório divulgado pelo National Bureau of Economic Research (NBER), um grupo privado americano que prepara relatórios sobre a situação econômica do país.

Além disso, a atividade da área industrial do país diminuiu mais em novembro. O indicador que mede o desempenho do setor ficou em 36,2, ou 2,7 pontos abaixo dos 38,9 registrados um mês antes. Qualquer leitura inferior a 50 significa retração.

No cenário interno, uma série de projeções divulgadas ao longo do dia mostrou a expectativa de uma desaceleração na economia brasileira em 2009. O mercado financeiro, através do boletim Focus, passou a prever, pela primeira vez, um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) abaixo de 3% para o ano que vem.

Um outro estudo divulgado pela Organização das Nações Unidas mostra que, em um cenário pessimista para a economia mundial, o Brasil pode crescer somente 0,5%. Finalmente, um relatório do banco de investimento Morgan Stanley não descartou a posibilidade do Brasil entrar em recessão técnica (dois trimestres consecutivos de PIB negativo) nos próximos trimestres.

Comentários

Para operadores de mercado, os dados divulgados nesta segunda-feira devolveram pessimismo ao mercado. "Os investidores estão parando de comprar, evitando correr riscos", disse Junior Hydalgo, da Intrader Investimentos.

Já Gustavo Medina, sócio da M2 Investimentos, acredita que as ininterruptas notícias negativas divulgadas no exterior tenderão a ditar o ritmo dos negócios, apesar de certa melhora nos nos últimos dias do mês passado. "De maneira geral, a situação está um pouco melhor, mas ainda muito ruim. Falta confiança e coragem para atrair o comprador final".

Panorama

Como resultado, os mercados internacionais registram perdas significativas. Em Nova York, por volta das 18h de Brasília, o índice Dow Jones apontava queda de 4,43%, aos 8.438 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq caía 5,81% e o indicador ampliado S&P 500 recuava 5,33%.

Na Europa, as bolsas de valores também registraram fortes quedas, lideradas pelos bancos e pelo setor financeiro. O índice FTSEurofirst 300, que acompanha as principais ações européias, encerrou o pregão com queda de 6%, aos 810 pontos. Em Londres, o recuo foi de 5,19%, e em Paris, de 5,59%.

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