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A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) segue operando com baixa na casa dos dois dígitos na tarde desta segunda-feira (6). Às 13h57, o Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, recuava 12,15%, aos 39.109 pontos.

O mercado opera sob forte tensão depois da nova interrupção das operações, provocada pela queda de 15% no Ibovespa, às 11h44. Às 12h44, na retomada dos negócios, o indicador caía 15,45%, aos 37.638 pontos.

Às 10h18, o Ibovespa já havia atingido queda de 10%, o que interrompeu os negócios pela primeira vez no dia, acionando o circuit breaker, mecanismo que controla a oscilação dos indicadores. O dólar também registra forte alta, superando os R$ 2,16.

Foi a primeira vez desde 10 de setembro de 1998 que o mecanismo teve que ser acionado duas vezes no mesmo dia.

Segundo a Bovespa, as regras de negociação não prevêem novas interrupções nas operações no mesmo dia em caso de nova queda. Exclusivamente para o pregão desta segunda-feira, no entanto, foi estabelecido o limite de baixa de 20% para o Ibovespa. Caso esse patamar seja atingido, o circuit breaker será acionado uma terceira vez, suspendendo os negócios até as 16h30. Depois desse horário, os negócios serão retomados por meia hora, sem regra de acionamento do circuit breaker até as 17h, horário de encerramento do pregão.

Na última segunda-feira (29), uma queda acentuada também disparou o circuit breaker na Bovespa, pela primeira vez em quase dez anos. A última vez em que a ferramenta fora usada foi em 14 de janeiro de 1999, na véspera da adoção do câmbio livre no país.

Nos mercados de todo o mundo, temores sobre a saúde econômica da Europa deixam em segundo plano o alívio provocado pela aprovação, pelos Estados Unidos, do plano de US$ 700 bilhões em ajuda aos bancos.

Lá fora

Nos EUA, a bolsa de Nova York opera abaixo dos 10 mil pontos pela primeira vez desde 2004. O índice Dow Jones - principal indicador da bolsa de Nova York - cedia 4,57%, para 9.853 pontos, enquanto o indicador tecnológico Nasdaq perdia 5,63% e o S&P 500 recuava 5,08%.

Na Europa, de acordo com dados preliminares, o índice FTSEurofirst 300 desabou 7,4%, para 1.008 pontos, na maior queda em quatro anos, superando a queda de 6,3% de 11 de setembro de 2001, dia dos ataques que destruíram o World Trade Center em Nova York.

Em Londres, o FTSE-100 recuou 7,85%. Na França, a queda do CAC ficou em 9,04%. Frankfurt teve perdas de 7,07%. Em Madri, o Ibex recuou 6,06%. Na Rússia, as duas Bolsas de Moscou suspenderam suas cotações após quedas superiores a 14% e 15%, respectivamente.

Na Ásia, o índice Nikkei 225 da Bolsa de Tóquio, no Japão, terminou o pregão em baixa de 4,25%, seu pior desempenho desde 12 de fevereiro de 2004. O índice Kospi da Bolsa de Valores de Seul, na Coréia do Sul, concluiu a sessão no negativo: 4,3%. Em Hong Kong, o índice referencial Hang Seng terminou em queda de 4,97%. A Bolsa de Taipei perdeu 4,12%, e ainda encerraram no vermelho: Filipinas, com 2,6%; Sydney, 1,3%; e Nova Zelândia, 3,27%.

Crise européia

Os mercados olham com desconfiança os indícios de crise na Europa. No domingo, o governo e os bancos da Alemanha chegaram finalmente a um acordo para a criação de um plano de 50 bilhões de euros para evitar a quebra do banco de hipotecas Hypo Real State (HRE). No mesmo dia, o governo anunciou que garantirá integralmente correntistas e poupadores particulares.

A Alemanha se une assim a Irlanda e Grécia na proteção total das contas de correntistas particulares, uma das iniciativas mais importantes do poder público para conter a crise até agora. Áustria e Dinamarca também anunciaram neste domingo que garantirão os depósitos particulares, enquanto na Inglaterra vozes já se levantam pedindo medida semelhante por parte do governo.

A Alemanha, maior economia européia, tenta prevenir as imprevisíveis conseqüências da bancarrota do Hypo, cujos ativos chegavam a 400 bilhões de euros no final de 2007. Uma primeira tentativa de plano de resgate da instituição fracassou no sábado.

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