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São Paulo – A Bolsa de Valores de São Paulo iniciou a semana com um novo nível recorde. Impulsionada por contínua entrada de capital externo, a Bovespa subiu 1,59%, marcou inéditos 58.719 pontos e conseguiu anular as perdas decorrentes da crise iniciada há dois meses.

Segundo levantamento da empresa de informações financeiras Economática, o Ibovespa é o único índice da América Latina e dos Estados Unidos que já conseguiu recuperar as fortes perdas provocadas pela crise americana. Entre 19 de julho, início da turbulência, e ontem, a Bovespa acumula valorização de 1,02%. Em 2007, o ganho é de 32,03% e no período de um ano, de 68,74%.

O recorde foi alcançado em um dia fraco para o mercado acionário mundial. Nos EUA, o índice Dow Jones teve baixa de 0,44%. Na Europa, algumas Bolsas recuaram (Frankfurt caiu 0,08%) e outras subiram um pouco (Londres fechou em alta de 0,14%). Dentre os latino-americanos, altas mais fortes foram verificadas nas Bolsas argentina (1,10%) e peruana (1,13%).

"A Bovespa acabou se descolando dos mercados internacionais, com a entrada de estrangeiros sendo bastante relevante para sua recuperação. Mas os problemas externos ainda não foram superados, e devemos, assim, ter muita instabilidade daqui para o fim do ano", afirma José Francisco Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator.

O capital externo deu forte impulso às ações da Vale do Rio Doce, que lideraram as negociações. Os dois papéis da companhia responderam por quase 20% das operações de ontem.

A ação preferencial "A" da Vale do Rio Doce, que tem forte peso na composição do índice Ibovespa – que reúne os 63 papéis mais negociados na bolsa –, valorizou-se 5,26%. Seu papel ON (ordinário) subiu 4,58%. Segundo operadores do mercado, um fundo de investimento asiático destinado a emergentes tem adquirido com apetite ações da Vale.

O saldo das operações de compra e venda de ações realizadas pelos investidores estrangeiros tem melhorado rapidamente nas últimas semanas. No último dia 19, era computado balanço mensal positivo de R$ 1,873 bilhão – melhor cifra desde janeiro de 2006.

Charles Philipp, diretor da corretora SLW, diz que a alta liquidez do mercado brasileiro favorece a entrada rápida de recursos externos. "Os estrangeiros sabem que, se a crise voltar a piorar, podem vender rapidamente as ações brasileiras para fazer caixa, como ocorreu há algumas semanas."

Para ele, se nada de grave ocorrer lá fora, não é impossível que a Bolsa esteja rondando os 65 mil pontos no fim do ano. Boa parte deste ânimo decorre da decisão do banco central norte-americano de reduzir, na semana passada, os juros básicos dos EUA, de 5,25% para 4,75%.

Dólar

O dólar recuou 0,05% ontem, a R$ 1,869, menor cotação em quase dois meses. Na mínima do dia, o dólar chegou a R$ 1,861.

Mesmo com a moeda americana em níveis historicamente baixos, o BC não voltou a fazer leilão para adquirir divisas das instituições financeiras. Depois de passar quase um ano comprando dólares do mercado praticamente todos os dias, o BC interrompeu suas atuações no começo de agosto, quando a crise internacional passou a pressionar as cotações no país. Nesse período, o dólar chegou a superar os R$ 2,10.

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